Morrerei num comboiofarei uma viagem longae deixar-me-ei morrerjunto a desconhecidosnão quero ser reconhecido ___ velhoos meus encontrarãona gaveta da minha mesa de trabalhoa minha face em novo num retratoe mil e quinhentos poemasestarei ausentedurante muitos anosquando eu regressarjá os meus não existirão.
O poema transmite um clima profundo e melancólico. Reflete sobre a passagem do tempo, a solidão e a inevitabilidade da morte. As imagens de um retrato antigo e os poemas que ele deixa indicam uma ligação duradoura, mas inatingível, com o seu passado.
ResponderEliminarA ficção ao serviço da poesia?
A ficção vive a "paredes meias" com a realidade.
EliminarAi valha-me Deus a tua amargura é dolorosa e fazes que eu fico preocupada embora saiba que os poetas fingem.
ResponderEliminarPara aliviar digo ó SIR fazes o que entenderes, mas peço-te que não seja na linha de Sintra:)))) (desculpa amigo)!
Beijos e um bom domingo!
Nada de preocupações. Vai ser no Expresso Oriente.
EliminarUm abraço
Não há como evitar a Morte...Ficam apenas memórias ou nada...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Estamos a tentar enganá-la.
EliminarUm abraço.
Penso que morremos sós, mesmo acompanhados.
ResponderEliminarAquele momento é crucial.
Voltar depois de algum tempo não será muito
avisado, porque os lugares estarão vazios.
Um abraço
Olinda
Voltaremos se tal for possível.
EliminarUm abraço.
Ei lá, este poema é muito intenso. Bom para refletir...
ResponderEliminar.
Sussurros...
Beijos. Bom fim de semana.
Se for útil o autor fica contente.
EliminarUm abraço.
Boa tarde, caro Amigo Poeta/Pintor
ResponderEliminarEste poema constrói uma atmosfera de despedida discreta, quase anónima, ao projectar a morte como uma viagem de comboio, metáfora recorrente para a transição entre a vida e a morte. A escolha de um espaço público reforça o desejo de apagamento da identidade: morrer entre desconhecidos é não deixar rasto imediato, não perturbar os que ficam.
A segunda estrofe contrasta com esse anonimato: os "meus" encontrarão vestígios do eu poético na gaveta de trabalho, através de um retracto jovem e dos "mil e quinhentos poemas". Aqui, há uma tensão entre o esquecimento e a permanência — se em vida deseja o anonimato, na morte, a sua memória ressurge nos versos guardados.
A última estrofe aprofunda a sensação de desencontro com o tempo. O poeta projecta um retorno simbólico, mas tardio, pois quando ele "regressar" (seja pela leitura póstuma dos seus poemas ou pelo resgate da sua memória), aqueles que lhe eram próximos já não estarão. A solidão inicial transforma-se numa ausência definitiva, mas paradoxalmente, o poema em si é um testemunho da sua existência.
A estrutura livre e a simplicidade dos versos dão um tom de confissão sincera e reflexiva. A imagem da gaveta como guardiã da memória reforça o carácter intimista do poema. A tristeza que permeia o texto não é desesperada, mas sim resignada, como um adeus calmo e sem alarde.
Continuação de bom Domingo com saúde.
Abraço
:(
Maravilhosa interpretação, fico sensibilizado com o que li. Muito obrigado.
EliminarUm abraço.
Es un viaje, que tarde o temprano emprenderemos todos.
ResponderEliminarQue tengas una feliz semana.
Que sea lo más tarde posible.
EliminarUn abrazo.
Estou demasiado preocupado contigo
ResponderEliminarpara poder interpretar o poema que foi escrito
Quando morremos,
se só ou acompanhados
nunca o saberemos
Não há motivo para preocupações, a criatividade tudo possibilita.
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