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Perdi-te de vista
a tua casa já não tem a mesma porta
a tua casa tem menos janelas
já não me encosto à ombreira a fumar
enquanto esperava
já não bato com os nós dos dedos no vidro 
para brincar com o teu gato
enquanto esperava
já não colecciono palavras
que metia entre as flores para ti
perdi-te de vista
a tua casa já não é a mesma
já nem sei bem se a tua rua ainda é a mesma
já não sei se o meu nome é o mesmo
que te dei quando casámos

perdi-te de vista
e agora?



 


 


19 comentários:

  1. O poema é muito interessante; o sentimento permanece, embora o objeto amado não esteja mias presente nos locais habituais.
    Bom fim de semana.
    Abraço de amizade.
    Juvenal Nunes

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    1. Assim é, as recordações ocupam um lugar até ao fim.
      Bom fim de semana.
      Um abraço também.

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  2. Nós mudamos e os locais também... o tempo pode ser, é implacável....
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. E agora? Incendeie de sol as sombras das suas mãos para poder voltar a ver de novo tudo o que via.
    Tudo de bom.
    Um beijo.

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    1. A poesia tem sempre solução para pegar nos sentimentos com as mãos que escrevem.
      Felicidades
      Um abraço

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  4. Até agora foi a melhor homenagem que li feita à mulher, com uma música tão doce!
    Terminas com o "e agora?" e eu respondo: limpo as lágrimas e vou fazer o almoço!
    ADOREI!
    Beijos e um bom dia

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    1. Aprecio o humor do final do comentário.
      Bom almoço.
      Um abraço.

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  5. O meu cantor norte-americano preferido. Desde sempre!
    A sua voz quente e doce sempre me deliciou.

    Um abraço.

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  6. Agora é chorar tudo até ao fim.
    A dor fica mais ténue à medida que o tempo passa e que o luto é bem feito.

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  7. Cada palavra é um símbolo em potencial, cada frase é uma metáfora.
    Nas entrelinhas o mundo que o poeta oferece à MULHER

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  8. Agora!
    Acordar e lembrar o que ainda resta...

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  9. Boa tarde Luís,
    Um magnífico poema comovedor!
    Já não está fisicamente, tudo está diferente, mas o amor permanece até à eternidade.
    Gostei muito.
    Beijinhos,
    Emília

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    1. Boa tarde. Prestamos homenagem a quem esteve presente.
      Um abraço.

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  10. Nem cheguei a ouvir quem tanto gosto
    Tropecei na tua dor, no teu desgosto

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