Cada dia é um sítio grave
as ameaças são da cor da terra
o medo é onde se assentam os pés 
   
um poeta já não é nada 
estar vivo ou estar morto
são estados naturais e confusos 
 
um poeta já é substituível ___ então 
aconchega-se nos restos de ternura
e prepara-se para o Outono. 


 


12 comentários:

  1. Não creio que o poeta seja substituível... mas sei que tudo é leve, efémero....
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. A poesia, tal como toda a arte, neste mundo inumano, está a afigurar-se irrelevante.

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  2. A fragilidade da condição humana e a busca por ternura em tempos difíceis.
    A metáfora do Outono sugere uma transição e a aceitação das mudanças inevitáveis da vida.
    É uma reflexão profunda sobre a existência e a arte de ser poeta.
    Linda pintura em sintonia.

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  3. Eu juraria que a Arte e uma imensa estrada na qual nos vamos encontrando: a nós próprios e aos outros... Mas compreendo o seu ponto de vista, L., e é bem possível que até já me tenha pontualmente refugiado nela.
    Reconheço a aguarela, da qual gosto muito e que está em perfeita sintonia com o poema.

    Um forte abraço!

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    1. A arte interessa a "nichos" de pessoas, não à generalidade. A influência da arte é irrelevante.
      Um abraço.

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  4. Jamais deixarei que a IA me substitua...
    Seremos sempre a voz dos sentidos e dos sentimentos...
    Abraço, Poeta Amigo.
    ===

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    1. Estou de acordo consigo mas, a IA está a fazer caminho e é pouco importante se aceitamos ou não.
      Um abraço.

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  5. Só um poeta teria o atrevimento
    de confundir o espaço com o tempo
    e levar seu poemar
    a entrar
    nesta primavera tão outonal

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