Foto de Ana Luís Rodrigues



E a chuva que não pára 
já me dói a terra no meu corpo
perco a esperança de crescer
ou será assim que cresço 
oferecendo o corpo à intempérie 
expondo-o à parte cruel da natureza 
oferecendo a carne à natureza 
que do sofrimento 
se faça a justiça do tempo 

e assim será 
ou me perco ou me faço santo.


 


14 comentários:

  1. Ou apenas a mudar de perspectiva, a visão, o entendimento das coisas...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Somos o resultado de inúmeros acontecimentos, pessoais e externos.
      Um abraço.

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  2. Curiosa a foto, não parece ser em Portugal...mas é certamente alguém ligado à terra, nós só nos sentimos dela quando a água nos interpela assim impiedosamente. Resto de boa semana, aproveite as abertas.

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    1. A foto não é, de facto, em Portugal. A chuva entristece os dias.
      Um abraço.

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  3. Apesar do frio e da chuva, o poeta consegue encontrar beleza e inspiração nas pequenas coisas em redor.
    Em Düsseldorf está ainda mais frio do que aí, mas não chove.
    Gosto da fotografia, algures na Europa do oeste.

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    1. O autor agradece o estímulo que o comentário oferece.
      A imagem é em Amsterdão.

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    2. Em que parte de Amsterdão?
      Eu conheço bem Amsterdão, mas fiquei surpreendida com a informação.

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    3. É numa quinta entre Amsterdão e Harlem, na esquina de Oude Notweg e Molenwetering.

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  4. Pena é que não haja mais represas para tanta àgua sobretudo nos locais devidos para se aproveitada no período de seca.
    A foto é muito bonita!
    Abraços e um bom dia

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    1. Aprecio o comentário que se foca na realidade prática, e estou de acordo.
      Bom Dia
      Um abraço.

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  5. Por la ciudad donde vivo, no para ahora de pasar borrascas y las macetas que tengo se encuentran super regadas.
    Un abrazo.

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  6. E ocorre-me uma expressão popular
    "Andamos todos a pedir chuva!"
    (Mas há quem consiga passar-lhe pelos intervalos. Né?)

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