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O vento empurra o homempor uma rua não escolhidao homem palmilha o ciclo do álcoolele é um ex-alcoólicoque todos os dias acaba e recomeçao ciclo do álcool e do tabacosendo que um e outro o empurramcom o vento rua abaixocaminhando de costas para a tristezajulga ele no seu enganoao nível da loucurao homemcom o seu fígado e os seus pulmõesa morrerem todos os diasjá foi um bom rapaz que se envolveunas actividades do amor e faliuo homem vai dormir e voltará amanhãpor outra rua desconhecidasem o amor perdidoque trazia guardado num bolso roto.
Um hospital privado, diagnosticou-me uma pancreatite
ResponderEliminarUm hospital público, provou-me um desmentido
Mas no entretanto, minha dependência alcoólica
foi-se à viola
Entretanto fumo que me dano
O pulmão queixa-se e vou arfando
Mas tenho o cuidado
de meu bolso não ter qualquer buraco
nem apanhar do chão qualquer amor perdido
Posso dizer, então, que és um sobrevivente.
EliminarO engano e desengano da vida...por vezes, o tempo e a vida escorrem... sem se possa fazer nada ou tudo e não se saiba como...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Deixa-se de controlar a situação.
EliminarUm abraço.
Condeno mais quem vende a rodos o álcool ,vinho e drogas que para mim são todos traficantes e muita pena dos que caem nesse teia "caminhando de costas para a tristeza"
ResponderEliminarUm poema de uma realidade nua e crua que gostei!
Beijos e um bom dia!
São doenças da sociedade mas, como é negócio, não se faz nada que leve ao fim do consumo.
EliminarUm abraço.
Vícios (doenças)
ResponderEliminarVidas suspensas.
Enquanto der....
Vidas sem orientação.
EliminarUm abraço.
Boa tarde, caro Amigo Poeta/Pintor
ResponderEliminarEste trabalho poético, tem uma cadência quase hipnótica, reflectindo o ciclo vicioso do protagonista. O vento como metáfora do destino ou da perda de controlo encaixa-se bem no desamparo da personagem, que vagueia sem rumo, impulsionado tanto pela própria dependência quanto por forças externas.
A repetição do ciclo do álcool e do tabaco reforça o automatismo da sua existência, enquanto o verso “caminhando de costas para a tristeza / julga ele no seu engano” sugere uma fuga ilusória, onde o afastamento físico não equivale a uma libertação emocional.
O final ressoa com um fatalismo quase terno: ele não carrega mais o amor perdido, nem por escolha, mas porque até isso se foi, escoando-se por um bolso roto.
E já que hoje é o Dia Mundial, Bom Fim-de-semana com Poesia.
;)
Os seus comentários sempre me impressionam, análises muito precisas que, até ao autor, revelam leituras interessantes.
EliminarMuito Obrigado.
Um abraço