Nunca confessei a ninguém 
que 
sou um pássaro umas vezes 
que 
sou um peixe outras vezes
sei voar tão alto que fico sem chão 
ou
vou ao mar profundo à escuridão 
 
à beira do abismo me invento
no mar alteroso me invento
nunca confessei a ninguém 
que
sou grito
sou eco
depois sou silêncio 
nunca confessei a ninguém 
que
também sou ausência.


 

12 comentários:

  1. Nunca confessei a ninguém /Que queria ser um pássaro
    E ir ao fundo como o peixe / Não aprendi nem voar
    e também rimar não sei ... / Sou silêncio
    Outras vezes presença / e confesso que te quero bem.
    Bonito demais, L e eu brincando de poetar., não deu muito certo rsrs
    Abraços de boa noite, e de bom dia amanhã.

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    1. Simpático comentário em forma de poema. O resultado ficou bem.
      Obrigado, um bom dia também para si.
      Um abraço.

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  2. Voamos, nadamos à procura...do Olimpo? Uma certeza, uma verdade? Ou apenas Paz???
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Confesso que é com prazer que saúdo o regresso de uma das suas aguarelas a ilustrar tudo o que confessa nunca ter confessado, L.

    Um forte abraço!

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    1. Muito obrigado pela recepção aos meus trabalhos de vez em quando apetece-me.
      Um abraço.

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  4. Boa tarde Caro Pintor/Poeta
    Há poemas que não se leem,respiram-se.
    Este é um deles.
    Tão delicadamente ousado, feito de céu e mar, de ausência e reinvenção.
    Um voo que mergulha em silêncio e regressa em eco.
    Que privilégio lê-lo.
    É curioso que, fiz o exercício que costumo fazer quando um poema me toca profundamente que é o caso deste, e convido o autor a fazer o mesmo.
    Fica igual e nao lhe tira o sentido.
    Este poema pode ser lido de ambas as maneiras.
    Sensacional.
    A sua aguarela ficou muito bem aqui.
    Deixo um abraço e votos de um bom fim-de-semana.
    :)

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    1. Os seus comentários são sempre animadores para o autor. Faço, algumas vezes, o exercício que sugere, até por curiosidade, para ver o resultado, fica curioso.
      Muito Obrigado pelo tempo que dedica aos meus escritos.
      Bom fim de semana.
      Um abraço.

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  5. Às vezes rouba-me as palavras que quero escrever, não é justo:)

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    1. Tudo sem querer. Por curiosidade, quais as palavras?

      Um abraço.

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  6. O poema no seu todo, o que sinto ser.

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