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Um peixe inconsciente procura um lugar
e cruza inadvertido um raio de luz
que costuma ser terrestre
mas que nuvens desviaram a sua incidência 
não saberá o peixe que a respiração do mundo
é uma enorme guelra por onde se escoa o dia
e que o Deus que ali vive 
e que tudo ordena e desordena
lhe concedeu esse último raio de luz
antes do sacrifício que ele como deus concebeu
para todos os peixes e animais
para todos os homens
para todos os outros deuses. 


 


8 comentários:

  1. Poema sobre a fragilidade da percepção, a interconexão entre vida e mundo, e a revelação súbita da força vital que sustenta tudo, sob a perspectiva de um ser insuficiente para compreendê-la plenamente. Em poucas palavras: iluminação acidental, respiração do mundo, sacrifício e ordem || desordem divinas.

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    1. Comentários de quem conhece o mister. É um gosto desvendar o que eu próprio escrevi.

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  2. Haverá sempre desordem... nem sempre a compreendemos e por vezes, inconscientemente, até podemos contribuir para isso....
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Vivemos na desordem e na ordem alternadamente, tal como nascer, viver, morrer.
      Um abraço.

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    1. Agradeço mas... não vejo a relação.

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    2. NH4OCN(s) é o cianato de amónio, um sólido branco, incolor, que é o sal de amónia do ácido ciano. Ele dissolve bem em água e em etanol. É feito quando a amónia reage com o ácido ciano, e ele se transforma em ureia acima de cerca de 60 °C.

      Desculpe a intromissão, mas como se trata de QUÍMICA, não resisti.

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    3. Agradeço a intervenção. Fui ver o que era essa fórmula e verifiquei aquilo que me diz. Só não compreendo qual a relação com o poema que o anónimo leitor encontrou.

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