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Havendo tanto de belo dentro de nós 
por que terás de extrair de mim a fealdade? 
como se me quisesses fazer sentir
uma presa tomada pelo predador

nós somos 
a ascensão ao desconhecido eterno
preenchido de beleza
uma comoção como o acto de nascimento 

está muito frio
recolhe a tua língua. 


 


10 comentários:

  1. Para criar distância do outro faz-se isso, no fundo é apenas o próprio a proteger -se porque precisa.

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  2. Por vezes, temos feridas escondidas e isso torna-nos distantes...o medo instala-se e a confiança... é uma longa viagem...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. A confiança, para se consolidar, é prática de muitos anos.
      Um abraço.

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  3. Quando somos feridos por alguém injustamente instala-se o caos dentro de nós e devemos na hora "dar o troco" fechando a boca e virar as costas e seguir em frente! Gostei das flores que na minha terra chamamos beijos de mulata:))

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  4. O poema expressa tensão entre beleza interior e feridez externa, mostrando o eu a lutar contra a crueldade imposta por outrem. Fala de curiosidade, ascensão ao desconhecido e a coragem diante do frio emocional, pedindo silêncio ao predador. Em poucas palavras: beleza interior confronta violência; coragem e ascensão no desconhecido, sob clima de frieza.

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    1. Muito interessante a sua interpretação. Com os seus comentários o autor ganha sempre clareza para o que escreve.

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  5. Um poema crítico às más línguas, aquelas cheias de amargura ,incapaz de ver beleza seja onde for.
    A esses, ignore-se. Livre-se _ porque ninguém merece ser contaminado .
    Grande abraço Luís, nenhuma fealdade em nós ,não é ? somos lindos !. rsrs

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