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Quero dividir contigo o peso da vida
como se a vida fosse dentro de um saco
e cada um de nós com a sua asa
preocupados com o equilíbrio 
a cruzar as vozes e os olhares
e a saber andar sem tocar o chão 
penso
no que somos capazes de inventar
para definir a felicidade

e assim se inventa uma frustração 
num saco roto por onde se esvai a vida
tão certo
que mesmo pegando nas duas asas
ao mesmo tempo
se vai deixando tudo pelo caminho

pode haver um lado bom nisto tudo
se o saco for forte e reutilizável 
assim será possível transportar
mais vidas e com o peso de outros tempos
voltando sempre atrás para recuperar 
a carga perdida

será possível até nascer outra vez
e recomeçar 
e ter os mesmos desejos
usar as mesmas palavras
cometer os mesmos erros
até ter de transportar a vida
nas próprias mãos 
ou dividir contigo o peso da vida

 (continua)


8 comentários:

  1. A vida é um ciclo...aprendemos com os erros e avançamos ou deixamos que o tempo nos vença e tudo volta a acontecer...
    Culpa, desespero e remorsos ou lutas com paixão...porque queremos simplesmente viver em pleno...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. Aqui vão os meus pensamentos:
    A ideia de renascer e recomeçar transmite esperança, como se a vida desse segundas chances. Manter os mesmos desejos e palavras sugere uma repetição inevitável, talvez um desafio de aprender com os erros. Cometer os mesmos erros até “transportar a vida” nas próprias mãos pode indicar responsabilidade e autossuperação. Dividir o peso da vida contigo (ou com alguém) traz a imagem de cumplicidade e apoio mútuo. No conjunto, parece uma reflexão sobre evolução pessoal, responsabilidade e a busca por significado mesmo diante da repetição de falhas.

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    1. No essencial estou de acordo com a sua interpretação. Repetimos muitos dos erros praticados antes. A cumplicidade entre dois seres pode ser um factor de felicidade.

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  3. Boa tarde Poeta,
    Um poema que se vai desdobrando em histórias que fazem e fizeram parte de vidas presentes e passadas.
    Um poema genial!
    Beijinhos e bom domingo.
    Emília

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  4. Venho te lendo
    mas, por pouco inspirado
    não te tenho comentado
    Mas... desta vez não me safo
    cada vez sinto mais
    que somos farinha do mesmo saco

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    1. Olha o perigo se nos transformam em pães!!!! Tudo menos vianinhas.

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