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Um dia sinuoso começavachovia sobre as minhas certezasa cabeça pendida entre as mãosa língua seca por falta de palavraso telefone silenciosoo encontro adiado com o teu corpoo póo silênciotenho aqui um coração cansadoa queixar-se das minhas certezasque estão a empurrar-me para o presentepara os dias sinuososa mão sobre o peito acalmavou sossegar cuidandoda minha colecção de borboletase trespasso esta Seda-Azulcom um alfinete.

O presente pode ser sinuoso...cheio de momentos de contradição... busca-se algo estável para que nada seja esquecido...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Nunca se tem a certeza de nada ou melhor, nunca nada é certo.
EliminarUm abraço.
Estamos a viver um período muito conturbado sem qualquer empatia com o próximo mas acredito que tudo passará e temos de navegar com o gargalo de fora. A borboleta assim o diz:)
ResponderEliminarBeijos e um bom dia!
Gostei da expressão "gargalo de fora". Faremos os possíveis.
EliminarUm abraço.
O poema transmite uma sensação de tranquilidade e delicadeza, contrastando o sossego de cuidar da coleção de borboletas com o gesto contido de trespassar a Seda-Azul com um alfinete. Há um equilíbrio entre preservação e uma pequena interrupção ritual, quase como se a prática de observar e cuidar fosse ao mesmo tempo uma forma de domesticar o mundo, mantendo-o seguro e contido. A linguagem simples realça a serenidade do momento, enquanto o detalhe do alfinete acrescenta um toque de fragilidade e de precisão.
ResponderEliminarMuito curiosa a sua análise, confesso que sempre interpreto os meus escritos através dos seus pormenorizados comentários. Como aliás acontece com as interpretações que os meus leitores/as fazem.
EliminarO poema é belíssimo e quase, quase subscreveria a análise da Teresa se não me sentisse obrigada a confessar que o último verso me provocou um profundo arrepio... É como se pressentisse que muitos de nós estamos em grave risco de sofrer uma sorte algo semelhante à dessa bela azul-seda...
ResponderEliminarUm forte abraço, L.
Interessante a conclusão do seu comentário, eu próprio fiquei a pensar nessa possibilidade da sua interpretação.
EliminarUm abraço.