IA



Nada mais importa
que não seja
o silêncio 
e a ausência 
o sangue
e o pulsar do coração 
tudo o resto
me é inacessível 
dado que desconheço 
o meu destino
a única certeza
é a hora do medo
quando no meio da noite
em conversa com a solidão 
se me acabam os cigarros
a mim que há trinta anos
deixei de fumar. 


 



10 comentários:

  1. É o amparo que falta, digo eu que nunca fumei. As pessoas que dizem que essa memória nunca passa.

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  2. Não sabemos qual é o nosso destino... e há momentos em que a solidão é intolerável...
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Mais um poema puro e duro ao contrário do que sou positiva e a noite não me incomoda. Eu fumo mas se não tiver cigarros não entro em parafuso nada.
    Atenção não fumo no carro ,nas casas dos meus, nem em cafés e afins e nunca deitei uma beata para o chão. Fumo a ver o mar e na janela da minha cubata.
    Não consigo perceber o que tem a haver este poema com o 25 de Abril que não vivi porque estava na minha terra!
    Saio daqui meio marada:))))
    Um enorme abraço de boa tarde

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    1. Constato que é uma fumadora exemplar com respeito pelos que não querem fumar nem que seja com o fumo dos outros.

      A alusão ao 25 de Abril tem a ver com a fantochada da festinha do 25 de Novembro feita para consolo das forças do passado e para lançar a divisão entre o nosso povo.

      Um abraço.

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    2. Obrigado pelo explicação! Sou muito má porque não quero que ninguém fume o meu cigarro😎😘

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