Fala-me de tudoda cor da casa onde aprendemos a lerdo cheiro da tinta e das madeiras da salado guincho do giz naquele negro da parededos risos agudos e da voz forte de quem mandavados castigos nas mãos a arder em lágrimasdos descalços e da sua fome no recreioda partilha do nosso pão com elesde ti ao meu lado dias e diasnunca te vou abandonar ___ disse-tee hoje já nem me lembro do teu nomebastou o aroma ao afiar um lápise abriu-se-me a memóriacomo aquele sino a tocar para a entrada.

É uma memória sem nome e ainda assim bonita e forte, o sentimento que prevalece é o que importa. Bom ano, muita saúde, 360 poemas.
ResponderEliminarÉ uma memória sem nome e ainda assim bonita e forte, o sentimento que prevalece é o que importa. Bom ano, muita saúde, 360 poemas.
ResponderEliminarRecordações que não nos deixam mais.
ResponderEliminarAparecem, como muito bem diz, por uma coisa de nada.
O resto entra numa nebulosa.
Um abraço
Olinda
Cor, cheiro, som, toques, sabores, que evocam memórias da infância.
ResponderEliminarLeitura, castigos, recreio, partilha, amizades, medo e afecto, que evocam memórias da escola.
Contraste entre o passado e o presente: “tu ao meu lado” sugere proteção | companhia; perder o nome aponta para a passagem do tempo.
O aroma de lápis afiado desencadeia a memória, como um sino anunciando a lembrança.
Tonalidade nostálgica e melancólica, com uma cadência poética que mantém a intimidade do eu lírico.