Um homem velho repousa finalmente repousa
 é um homem sozinho descansa com as suas feridas
 respira as suas memórias e há qualquer coisa 
 que quer entender mas as palavras são muitas
 para ainda tão pouco repouso.
 Afogam-se as memórias
 na desordem
 no remorso
 na dúvida
 na casa vazia cheia de sombra inútil.
 O homem velho reconhece nos outrora íntimos
 pessoas e lugares distantes
 sem voz
 sem passado.
 Os tectos das casas dos velhos têm manchas
 com as quais constrói mapas
 do tempo
 dos desgostos. 
 Os tectos são o céu e sob ele o homem velho repousa
 finalmente repousa.


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