Que reboliço 
 Pedras rolando encosta abaixo
 Cuspo de fogo pelo céu acima
 Rios secos saindo das margens
 Casas novas esventradas
 Crianças perdidas correndo descalças 
 Mulheres perdendo a beleza em silêncio 
 Libertinos fechando-se em casas alheias
 Amantes que desistem de acordar
 O amor que se esvai em cada abraço 
 Igrejas vazias e sem chão 
 A certeza de nascer e não regressar
 A grande descoberta que nos cegará a todos
 Cemitérios de pianos já cansados
 Deuses perdidos porque desmemoriados
 Folhas e folhas voando de livros descarnados
 Que balbúrdia 
 Quanto mais gritos
 Mais os mitos.


6 comentários:

  1. Quando o entrelaçar das palavras, na sua mística mistura, oferece um poema maravilhoso, de pura inspiração e criatividade. Gostei da imagem.
    Deixando uma 🌹
    .
    Tenha um dia feliz
    Cumprimentos poéticos

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  2. Conseguiste criar aqui um movimento bom de leituras e comentários.
    Fixe
    Deve se à qualidade da escrita, claro!!
    Gostei

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