Jorge Vieira



Este é o meu rosto
o mesmo que conheceste
no tempo em que o teu rosto
nada dizia das marcas do tempo. 

Conheço-te vagamente
sei quem és 
mas o nosso tempo não é o mesmo. 

Fingimos não dar por isso
e elogias a nossa juventude, 
não a outra, a de agora, 
exaltas a minha pouca idade nesta idade
e eu sorrio. 

Não sabes quanto me custaram
estes sulcos no rosto
para que o tenhas achado inalterado.


18 comentários:

  1. Um tema corriqueiro na poesia, o tempo, tratado com mestria
    Gostei

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    1. Muito obrigado pelo seu comentário, sempre simpático.
      Até logo

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  2. Toda a beleza existente no texto/poema/reflexão,- e é imensa - foi-me roubada pelo desenho grotesco da imagem.
    Lamento!

    Tenha um bom dia.

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    1. Bom dia. Lamento também mas, o desenho é de um grande escultor português (já falecido). Seria justo que a sua maravilhosa obra fosse conhecida pelo comum cidadão.
      Obrigado pela sua visita.

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    2. Mais do que justo: justíssimo.
      Assim como justo é que eu, ao comentar, manifeste a minha opinião (de cidadã comum), e penso- se deseje sincera.
      Na verdade, não aprecio este tipo de arte moderna.
      Curiosamente, já gosto e admiro as esculturas de Fernando Botero, vê? Gostos!
      Mas, futuramente, serei mais cautelosa ao comentar.

      Obrigada, pela compreensão.

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    3. Sem querer polemizar digo-lhe que embora a palavra "grotesco" seja depreciativa acho que Botero sim é a linha de expressão que ele procura.
      Mas opinião é opinião livre e não sou contra.
      Obrigado.

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    4. Dentro do conceito estético a que a palavra me remete, devo acrescentar que as esculturas de Botero, me divertem e, algumas, até me encantam, pelo que não considero o termo pejorativo.

      Estive a pesquisar os trabalhos de Jorge Vieira - que desconhecia - e muitos houve de que gostei.
      Talvez, o desenho presente não tenha sido a melhor escolha para acompanhamento do seu poema que muito me sensibilizou.
      Se apreciados em separado, quiçá, a minha reação tivesse sido diferente, digo eu...

      Obrigada! :)

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    5. Tomo em consideração o seu comentário mas "grotesco" é efectivamente um adjectivo que desvaloriza esta obra de arte.

      "grotesco" = Ridículo, que se presta a escárnio.
      in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

      No que respeita a Botero o entendimento pode ser diferente porque essa é a razão das peças por ele criadas.

      Obrigado pelo debate, sou um entusiasta. Só lamento que tenha deixado de ser seguidora do meu blogue.

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    6. Tem outro blogue que não este?
      É que sou a última pessoa ali da sua lista de seguidores.
      A foto de perfil é que é diferente desta com que comento.
      Seja neste ou n'outro blogue qualquer. Aonde é que foi buscar essa ideia?

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    7. Só tenho este blogue. Não a identifiquei naquela foto que é diferente e também não tem a sua referência. Como alguém se foi embora pensei erradamente que se tinha retirado. As minhas desculpas.

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    8. ...mas, se aproximar, lá na foto, o ponteiro do rato, não lhe aparece o meu nome?
      A mim aparece-me. (Janita Moreno...sou eu.)

      :))

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    9. Já consegui ver.
      Muito Obrigado pela sua resposta.

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  3. Gostei da poética reflexão e, estranhamente, ou não, gostei também da imagem.

    Abraço, L.

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    1. Bom dia e muito obrigado pela visita e pelo comentário, assim, as apreciações ficam equilibradas.

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  4. Fui eu que me fui embora; tenho alguma fragilidade psicológica e estava a sentir-me com alguma angústia quando aqui ficava para comentar.
    Até depois!
    :)

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    1. Oh! Lamento. Até depois e obrigado por esta sua atenciosa mensagem que me esclareceu.

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