Paula Rego



É noite de natal
numa casa muito pobre
com chão em terra batida, 
toda a família sentada à mesa,
o pai fala:  
    -Vou fazer uma confissão. 
  Durante toda a minha vida
nunca gostei de ninguém,
por isso adeus!
O chão abriu-se por baixo da sua cadeira
e engoliu-o sem deixar vestígios.
A partir do dia seguinte
ninguém, nunca mais,
ocupou aquele lugar.




12 comentários:

  1. Calculo que nessa noite de Natal
    também ninguém mais se lá sentasse...

    Que história, hein?

    PS- A Paula Rego sabia como colocar um homem "de quatro"...

    Votos de uma boa noite. :)

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  2. Gostei da forma intensa como o poema está escrito

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  3. Ou seja: O homem sempre carregando a mulher às costas,lol
    Depois não querem que um homem desapareça assim sem explicação lógica
    É que as costas doem, lol
    .
    Abraço

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  4. Bem, originalidade não falta a este poema... nem imprevisibilidade :)

    Abraço, L.

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  5. Parabéns pelo poema. Não faltariam buracos pelas confissões.

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