Sintra
Se morrer for assim como dizes
eu não me importo.
Estarão lá todos na berma de uma estrada
estranhamente cantarão
mas sem voz humana
será um chilrear encantador
e cada som de cada um
será uma pequena nuvem de cor
cuja mistura de aromas
nos inebria e nos envolve
para esquecermos o caminho de regresso.
Se morrer for assim como dizes
vou contigo, agora
porque sei que estás de partida,
meu amor.
Que texto tão doce e cativante!
ResponderEliminarPois...se morrer fosse esse chilrear de cânticos e nuvens aromáticas...
Quem conhece bem Sintra por certo reconhecerá o local expresso na bonita aguarela.
Um post para ver, rever e admirar.
Parabéns ao autor.
Gostei muitíssimo.
Boa Noite.
Eu agradeço muito as sempre simpáticas palavras e é um gosto que reveja o meu texto e imagem.
EliminarUma Noite descansada.
Gostei da melancolia da conjugação entre aguarela e palavras
ResponderEliminarPoesia bem esplanada
Gostei
Muito obrigado pela habitual visita e pela indispensável apreciação.
EliminarBoa Noite.
lindíssimo poema coroado por uma não menos bela aguarela.
ResponderEliminarMorrer nunca é como dizemos/pensamos, L. Quem já passou por um episódio de quase morte, acredita que seja tal qual o vivenciou. Quem passou por dois - quatro, na realidade, mas só dois recorda pormenorizadamente - e tudo se passa de forma abrupta e completamente diferente, volta à incerteza inicial.
Abraço
Bom dia e obrigado pelo seu comentário, muito esclarecedor, afinal a poesia aventura-se por todos os caminhos e muitos que não conduzem a realidade nenhuma.
EliminarMuito Obrigado
Relendo o seu cativante texto, não pude deixar de pensar em como seria bom que, ao chegar a minha hora de partir,
ResponderEliminarfosse encontrar na berma da estrada, à minha espera, todas as pessoas que me foram queridas e outras que nunca conheci e tanta falta me fizeram e fazem, nesta minha caminhada.
Voltei só para lhe dizer isto...
Tenha um bom resto de dia. :)
Voltou e bem, juntou ao seu texto inicial mais um pensamento de que gostei. São sempre agradáveis os seus desenvolvidos comentários, que agradeço.
EliminarUm bom resto de dia também e até ao próximo texto.
Ia ser engraçada mas não posso senão Deus pode-me castigar.
ResponderEliminar:)
Pode ser engraçada à vontade, este blogue não chega ao céu. Espero que tenha coragem.
EliminarObrigado
Não, pensei melhor e compreendi que se eu tivesse escrito este poema com o sentimento com que certamente foi escrito, eu não ia gostar de um comentário engraçado.
ResponderEliminarOk? Sorry.
:)
Insisto. Estou curioso para ler esse seu comentário engraçado. Acredite que estou aberto a todo o tipo de apreciação e de humor. Os textos são ficção nada poderá causar dano.
EliminarObrigado, espero que volte.
Posso dizer, Senhor das Nuvens.
ResponderEliminarPrepare-se para tremer.
O poema pareceu-me um casamento zombie.
Foi a primeira impressão que eu tive.
:)
Não tremi, achei muita graça mas ainda assim aquém da expectativa criada.
EliminarAgradeço a atenção que os meus textos lhe têm merecido.
Se há coisas que me incomodam demais é falar de morte, embora saiba que mais tarde ou mais cedo tudo morre.
ResponderEliminarAchei este poema que embora fale de morte, fala também de amor.
Mas , e, espero que não me leve a mal, ao deixar aqui um poema que declamei na minha meninice e que me ficou de memória, poema e autor.
Devia morrer-se outra maneira
Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos... )
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...
Autor:José Gomes Ferreira
beijinhos
:)
Um belo poema de um grande poeta. Gostei muito e agradeço a sua vinda.
Eliminar