Ouvi dizer, ao longe, quando vens.
Posso assim abrir uma clareira
no mato em volta da minha casa.
Sempre me disseste que a minha casa
"era um sossego" e assim ficou
depois da tua ida sonâmbula.
Cresceu o mato em volta da casa,
é verdade, mas também
na minha memória de ti.
Tudo se afogou na falta de palavras
até os vasos com flores,
as tuas flores como dizias,
ficaram velhas e morreram.
Ouvi dizer, ao longe, que ias voltar
para o sossego da minha casa.
Esta noite deixo-te a luz da porta acesa
e a mesa posta com tudo de que precisas.
À hora a que voltares não terás
de rever a minha boca, os meus olhos
ou ouvir a minha voz
transtornada pelo teu regresso,
estarei longe embora ficando aqui.
Deixa de novo crescer o mato
em volta do sossego da minha casa.
O nosso mundo como fortaleza onde só entra quem permitimos, e com quem nos sentimos bem
ResponderEliminarGostei
Agradeço a sua interpretação, gosto da sua visita. Obrigado
EliminarBoa Noite.
Ai, que poema mais desencantado e desencontrado!
ResponderEliminarOra vai um e o outro fica saudoso, mas se chega o que primeiro partiu
logo de seguida parte o que ficou.
Bem, mas a poesia também se faz de passes-de-mágica.
Assim sendo, eu vou ser o prestidigitador e coloco-os lado a lado, do princípio ao fim.
A frase da gravura lembrou-me aquele filme sobre a vida de Benjamin Button, em que o personagem nasce velhinho e vai rejuvenescendo.
Uma soberba interpretação de Brad Pitt. Viu o filme? Eu vi duas vezes.
Boa Noite!
Ah, e gostei muito do poema, claro que sim... :-)
EliminarMuito obrigado pela humorística análise, achei graça. Não vi o filme mas já sabia da história. Obrigado pela visita já habitual.
EliminarBoa Noite.
... e por que não um poema aparentemente paradoxal?
ResponderEliminarFiccionado ou não ficcionado, pouco importa porque a verdade é que seria exactamente assim que, em determinado tempo, eu teria recebido determinada pessoa em minha casa, se por qualquer razão isso me tivesse sido imposto. Daí que me seja facílimo entendê-lo, bem como afeiçoar-me às suas árvores/nuvens.
Abraço, L.
Interpretação muito objectiva e correcta. Fico agradado por gostar destas pequenas aguarelas. Muito Obrigado.
EliminarDesejos de saúde. Até logo.
Bem pode haver ausências assim, e esperados regressos também...
ResponderEliminarInvejo esse seu talento em dar a volta a coisas tristes e torna-las esperançosas
(Por mais que deixe a luz acesa
e a mesa posta
ela não volta )
Obrigado pela interpretação que fez do texto e também pelas palavras simpáticas que sempre me dirige.
EliminarEstimo muito as suas visitas aqui.
Obrigado.
Até logo.
Obrigado pelo texto. Mais é triste em saber que estão fazendo muitas clareiras na Amazônia e no Pantanal do Brasil.
ResponderEliminarTem toda a razão na sua tristeza, também eu vejo com preocupação o que se está a passar e que prejudica o mundo inteiro.
EliminarObrigado por ter vindo.
Quando eu for uma alma penada entro, que a porta está aberta, a mesa posta e ninguém à vista.
ResponderEliminar:)
(o que para uns é tenebroso, para outros é saudoso)
Sempre um comentário espirituoso, aprecio e agradeço.
EliminarUma noite descansada.
Há ausências, que nunca mais serão presença.
ResponderEliminarTriste mas real.
Há presenças que se querem ausencias.
Real e triste.
Não sei qual a mais triste.
Um poema melancolico que nos deixa a pensar.
Bom fim de semana.
beijinhos
:)
Sempre interessantes os seus comentários, que agradeço.
EliminarBom domingo.