Quando é noite, muito de noite

deito-me e ouço os sons abafados e longínquos, 

uma criança que chora e soluça, 

uma torneira que repete e repete o pingo, 

um cão que ladra em alerta, 

ouço até a minha respiração. 

Naquela quietude há um zumbido

que torna o silêncio mais profundo

e no escuro sinto-me sem corpo

sou apenas um pensamento

sem nada de palpável. 

Invento a tua presença hoje, amanhã e depois

até o poema apagar neste silêncio 

o desejo que me acorda a cada instante.




18 comentários:

  1. Ah, Poeta, fiquei sem palavras!
    Posso voltar amanhã?
    Isso é um desassossego.

    Como seria bom que todas as minhas recordações
    me remetessem aos risos da minha infância...

    Até amanhã.

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  2. Ah...e a pintura, juntamente com a frase, está totalmente em sintonia com a inquietação do texto.

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    1. Quem me lê pode voltar as vezes que quiser, tomo isso como uma distinção.

      Quanto à pintura, aproveito para divulgar uma ideia que tenho e que todos os que me deixam comentários podem ler agora. Gostaria de enviar (próximo do Natal) a cada um destes fiéis seguidores que comunicam comigo um pequeno original destes que tenho publicado. No entanto compreendo que provávelmente não queiram divulgar as suas moradas, pelo que, deixo aqui a ideia para quem quiser receber uma destas lembranças me possa dizer como lhes fazer chegar esta oferta.
      Boa Noite.

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    2. Boa Tarde, Sr. das Nuvens.

      Dada a surpresa que me aguardava nem vou fazer qualquer reparo/apreciação do conteúdo do postal de hoje, para além do comentário já feito nesta madrugada.

      Fico deveras sensibilizada com a sua generosidade. A acontecer, será uma recordação do autor deste blogue, até porque nada dura eternamente e os blogues têm vida efémera, e o que não aparece; esquece!

      O óbice da questão é eu não concordar em deixar aqui, nem a minha morada nem o meu endereço electrónico, se bem que já o tenha feito uma vez no meu cantinho, tanto mais que o autor deste espaço é uma pessoa que preza ciosamente a sua identidade. Até em excesso, permita-me...

      Porém, se me deixar o seu e-mail, não o pessoal, mas o que criou para este blogue, terei todo o gosto em combinar consigo uma forma dessa sua generosa oferta me chegar às mãos.

      Por último, permita-me um pedido. Quando se referir à minha pessoa - os outros que falem por eles - gostaria que fizesse referência ao meu nome, como de resto, já o fez uma vez. É que sendo Janita um pseudónimo, é nome de gente e não algo vago e distante.

      Fico-lhe muito grata pela atenção que se dignar conceder a este meu pedido, aliás justo.

      Obrigada.

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    3. Informo que o meu endereço (apenas para este blogue) se encontra se "tocar" em "brancas nuvens negras" e a seguir em email.
      Obrigado

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    4. Francamente!! Ainda estou para conhecer uma pessoa tão complicada como o Sr.
      É de tirar a paciência a um santo!!

      Vou tentar pela TERCEIRA vez. Se não seguir o que escrever, declino a sua oferta.

      Crie um e-mail certo de uma vez por todas, por favor, não ande sempre a mudar .
      Já estou a ver isto tudo tremido! Arre...

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    5. Não compreendo a sua irritação. Obrigado.

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  3. Gostei bastante.
    A profundidade da palavra como instrumento que corta a realidade e a molda como queremos

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    1. Muito obrigado pela sua consideração sobre o que está escrito.
      Boa Noite.

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    2. Volto para lhe pedir que leia o que escrevi para a anterior leitora no que respeita às aguarelas que tenho apresentado.
      Obrigado.

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  4. Informo que o meu endereço (apenas para este blogue) se encontra se "tocarem" em "brancas nuvens negras"

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  5. Gostei muito, tanto do poema quanto da pequena aguarela, ainda que a tristeza dessa enorme árvore curvada me tenha contagiado. Culpa minha, que me deixei fascinar pelas suas chuvosas árvores...

    Li a sua proposta e confesso que fiquei entusiasmada.

    Forte abraço, L.

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  6. No escuro ou no semi-escuro os sons são longínquos e nos sentimos como que a fazer parte de tudo, pulverizados naquele tempo e espaço.
    :)

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    1. Todos nós já ficámos acordados no escuro.
      Obrigado pela visita.

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  7. È no silencio da noite
    que tudo se ouve
    até o que não se quer ouvir

    também é a hora das memórias
    temos de as saber gerir

    gostei do final do poema,
    ou melhor como fechou
    com uma réstia de sensualismo

    boa semana.
    beijinhos
    :)

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    1. Aprecio esta forma também poética como faz os seus comentários.
      Obrigado.

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