Uma fotografia, uma memória.
Foi uma espécie de destino
que escolheste para ti
depois do desterro sem pranto.
Os nossos encontros jubilosos
num hotel de várias estrelas
que eu pagava antes de chegares
alimentaram os rumores de amor
que tinhas no corpo, apenas no corpo.
A casa cheia de pó lá continua, igual
e as tuas mãos impressas no espelho
ainda estão visíveis, escorrendo.
Foi disto que me lembrei quando
encontrei agora a tua fotografia.
Vou pedir uma groselha com gelo.
Hoje o poema
ResponderEliminarpassa-me ao lado
e fixo-me no quadro
Minha memória é redonda
Nada de arestas vivas
Pois ela está tão viva, tão viva
Que só assim, redonda
rebola, "pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança"
Um comentário/poema, sempre original.
EliminarDesejos de uma noite descansada.
Obrigado pela visita.
Embora eu não perca tempo com memórias e fotografias, ADOREI o poema.
ResponderEliminarLembra o dilema de Paul Celan entre a mulher em Paris e a amante em Viena.
Quero uma groselha sem gelo.
Fico satisfeito por o texto lhe ter agradado. Paul Celan, não conheço esse texto.
EliminarBoa Noite.
Não tenho alma de poeta. Limito-me simplesmente a desfolhar a poesia dos outros.
EliminarA alusão a Paul Celan é supérflua, porque o poeta não sofre desse dilema (penso eu).
É um encontro de natureza sexual, pelo menos, da parte dela.
Vou pedir uma groselha com gelo é um final feliz.
Obrigado pelo diálogo.
EliminarEu diria monólogo da chata de longe.
EliminarChata ou não, cá me tem esta noite.
Para mim não tem essa classificação, tenho o maior gosto em receber as suas mensagens. Conto consigo..
EliminarAté logo então. Obrigado.
Aos pequeninos sólidos geométricos/imperfeitos (alguns) encontram-nos os meus olhos tontos reflectidos a meio do poema; "alimentaram os rumores de amor/que tinhas no corpo, apenas no corpo"
ResponderEliminarCuriosamente, um deles exibe uma face vermelha, vermelha...
Abraço, L.
Acho sempre os seus comentários construídos com poesia, isso é muito bom.
EliminarAgradeço muito a atenção que me presta.
Até logo.
Groselha com gelo termina da forma adequada um pensamento poético
ResponderEliminarGostei
Obrigado pela adesão à ideia.
EliminarAté logo.
Boa Tarde, Don Luís!
ResponderEliminarOntem não vim picar o ponto à hora aprazada, dei prioridade ao meu bem-estar físico e psíquico.
Tentei repôr as horas de sono que andam em atraso no meu relógio bilógico.
Dada a explicação que se impunha...:) vamos ao que interessa.
A bem da verdade, as figuras geométricas não me dizem nada, mas certamente representam algo para quem as desenhou. Por isso são subtituladas com a palavra:'Memórias'.
O poema, pois... O poema é tão intimista que só a ideia desses tais encontros plenos de júbilo, em hotel de luxo, me inibem.
Também não encontro ligação entre eles e a casa cheia de pó. Mas vamos deixar-nos de picuíces e tomar a groselha que é melhor...:)
Um abraço e até mais logo.
Agradeço o comentário apesar de não suscitar a sua satisfação a não ser a groselha gelada. Retenho na mesma as suas palavras, agradado, por deixar a sua apreciação.
EliminarMuito Obrigado por ter vindo.
Um abraço também.
Oh, ficou aborrecido com o meu comentário? Não fique!
EliminarEu sei que não se põe para aqui a debitar palavras à toa, tudo o que escreve lhe fará sentido.
Eu não disse que não gostei, apenas há textos seus que me dizem mais do que outros, percebe?
Cada pessoa é uma pessoa. E nenhuma é igual à outra, simplesmente porque cada um de nós tem as suas próprias vivências. Só isso.
Vai ver foi pior a emenda que o soneto. Agora fico a pensar se fiz bem em vir... :(
Não fiquei aborrecido, acredite. Estou de acordo com tudo o que disse. Está tudo bem.
EliminarBoa Noite
Até logo.
Caro Poeta
ResponderEliminarum encontro clandestino ou não será sempre melhor num hotel de muitas estrelas se possivel 6 (mas esse achoque só no Dubai)
mas, depois, a realidade a nossa ou a de outros é que na prática não é bem assim.
a segunda parte do poema que entra em conflito com a primeira, onde a casa tem pó mas embora tudo continue no local, quer dizer que foi abandonada por ela, ou poe ele, tanto faz. Isto é ficção! E podia não ser.
Vou pedir uma água das pedras com limão sff
;)
Certeiro. Foi ela que abandonou a casa mas quis continuar com o dono da casa. Ficção mas realidade.
EliminarTinha de me rir com a última linha do seu comentário.
Obrigado