Foto de Daniel Rodrigues 



Manchas escondidas


Sento-me na minha cama

fazendo traços de luz

no silêncio da idade. 

Mingua-me o desejo

e ainda ontem confessei

esta febre no meu peito. 

Cada poeta cada farsante

só eu sei onde estão 

as manchas no meu corpo. 




 

15 comentários:

  1. "Cada poeta cada farsante".
    Não pude evitar um sorriso...

    Não é fácil para ninguém verificar as marcas que a idade nos põe na pele e na alma...

    Um poema simples, ternurento e profundo. Tão profundo quanto a paisagem da fotografia.
    Basta que se atente bem em cada palavra e o olhar se detenha em cada pormenor dos ramos nús das árvores...

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    1. Escrevemos sobre os malefícios da idade como forma de os compreender e aceitar. Agradeço o seu expressivo comentário.

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  2. A análise da nossa vida como momento inevitável
    Gostei

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  3. Na tua imagem
    estás a ver
    aquela árvore
    a mais triste
    a mais velha?

    Hoje, vai sentar-se na cama
    antes do sono lhe chegar
    a planear que frutos dará
    amanhã, ao acordar

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  4. Que suavidade encontra a pessoa que o ama nas manchas do seu corpo.
    Uma família com enorme talento fotográfico.

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    1. Encontra um mapa das vivências, marcas dispersas das falas do corpo.
      Os filhos talvez herdem as tendências dos pais.

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  5. Gosto do poema. Há dignidade e uma grande sabedoria em reconhecer as marcas da idade.
    Gosto da imagem.

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    1. Reconhecemos e valorizamos essa realidade.
      Obrigado pelo seu comentário.

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  6. cada poeta, cada farsante, tem dias em que a verdade, mancha.
    como o compreendo...

    beijinho

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  7. Meu Amigo
    Poeta
    Pintor
    Aguarelista
    Pensador
    Mestre


    hoje o meu comentário é feito desta maneira, porque é um exercício que faço sempre que um poema me toca.
    peço desculpa e avise-me se não concordar.
    obrigada!


    as manchas no meu corpo
    só eu sei onde estão
    cada poeta cada farsante

    esta febre no meu peito
    e ainda ontem confessei
    mingua-me o desejo

    no silencio da idade
    fazendo traços de luz
    sento-me na minha cama.

    Bom domingo
    beijinhos
    :)

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    1. Gosto desse seu habitual exercício curioso de inverter a ordem do texto. Tem resultados muito curiosos. Gosto sim.
      Um abraço e obrigado.

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