Fracção de uma escultura de Eduardo Chillida. Foto do autor do texto.
No outono os prados do tempo
Em cada móvel que afasto da parede
tenho um prado de bolor a florescer
é o tempo teimoso
a cobrir os nossos haveres
a cobrir as nossas memórias.
Ocorre-me então folhear a vida
e ficar a ouvir o som das folhas a virarem
onde encontro os meus dedos infantis
em alguns dos momentos abandonados.
Foi tudo tão rápido
desde o primeiro ao último sorriso
que deixámos nas imagens.
Sinto frio no meu olhar
agasalho as minhas velhas ideias
para queimar esta frialdade
do bolor a florescer.
O bolor das paredes lava-se com água tépida, detergente e lexívia...
ResponderEliminarTivesse eu a receita para lhe irradicar da alma essa apatia, húmida e bafienta, e dar-lha-ia de boa vontade.
Mas não, não tenho. É na leitura que lavo a alma.
Já começou a ler o "Amor em Tempos de Cólera"? Leia, que vai fazer-lhe bem.
Tem passagens hilariantes que o vão fazer sorrir.
Boa noite, Luís.
Um abraço.
Nunca se esqueça que os meus textos tanto podem ser realidade como ficção.
EliminarAinda não comecei a ler o livro que refere, está na fila, por agora tenho outros mais urgentes. Agradeço o cuidado e a visita.
Boa Noite. Um abraço.
Certo!! Porém, o encanto que encontro ao ler um texto, é encarar o que leio como se fosse verdadeiro ou, pelo menos, houvesse nele algo de autêntico...só assim me desperta algum tipo de emoção.
EliminarNão diz que o objectivo que persegue é despertar naqueles que o lêem algum tipo de sentimento?
Pois este seu texto despertou em mim um sentimento solidário...
Tomei os seus conselhos como se fossem a sério, percebo agora que também entram na ficção. Fico reconhecido na mesma com a sua solidariedade.
EliminarJá sei...já sei...o bolor a que se refere deve ser das esculturas de Chillida...
EliminarA força do passar do tempo.
ResponderEliminarGostei
O tema expresso nestes moldes. Boa noite.
EliminarNunca fui uma admiradora da obra do escultor basco, todavia, o detalhe que a fotografia mostra é admirável.
ResponderEliminarTodas as noites, ultimamente, todas as manhãs — deslizo com verdadeiro interesse pelo fio condutor das suas recordações.
Uma narrativa ácida e intensa.
O seu comentário é estimulante. Para quem publica é muito agradável saber que há leitores interessados, pessoas que não ficam indiferentes, espero conseguir manter vivo esse interesse.
EliminarO tempo passa e às vezes enche de bolor as paredes e os ossos. Depois "como pode não arder um fogo que se atiça a sonhos velhos"?
ResponderEliminarGostei muito do poema.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
É compensador perceber que as palavras e os sentidos que elas exprimem não são existentes apenas no íntimo do autor do texto.
EliminarObrigado. Boa semana. Saúde.
Um abraço.
Li o poema no começo do dia antes de me deitar, reli-o agora. É um poema muito bonito sobre o passar do tempo e apesar de alguma nostalgia, tem imagens muito belas como esta.
ResponderEliminar"Ocorre-me então folhear a vida
e ficar a ouvir o som das folhas a virarem"
Abraço, saúde e uma boa semana
É com apreço que espero os seus comentários sempre tão simpáticos, tomo em conta as suas palavras.
EliminarObrigado
Um abraço. Muita saúde.
Foto divina. Poema muito bonito. A conjugação poética perfeita.
ResponderEliminar.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
Cumprimentos poéticos
Agradeço a visita e as palavras.
EliminarCumprimentos também.
Boa tarde belo poema
ResponderEliminarAgradeço-lhe a sua primeira visita e as suas simpáticas palavras.
EliminarEl otoño, es una bella estación. En mi país estamos en pleno invierno y con temperaturas bastante frías.
ResponderEliminarAquí en Portugal también hace mucho frío. Gracias por venir aquí, se ha notado su ausencia.
EliminarVim dizer-lhe que também "É com gosto que visito o seu blog".
ResponderEliminarE acrescento, agora, que gostei muito do poema e da imagem.
Nunca me ocorreu folhear a vida. Huum, não seria tarefa fácil face ao número de páginas... Talvez devesse!
Beijo, proteja-se do vírus e do frio.
É com gosto que recebo as suas palavras. Folheamos a vida mas há páginas em que não nos detemos.
EliminarEstou à defesa com o vírus.
Um abraço. Obrigado.
O tempo passa e vai deixando as suas marcas.
ResponderEliminarMas, não se dê por vencido.
Tudo envelhece e nós também.
Ninguem será eternamente jovem.
A nostalgia aqui expressa ao cair da juventude.
beijinhos
:)
Aceito mas estrebucho.
EliminarObrigado, um abraço.