Poema ao Artista desaparecido
Aquele era o lugar onde a pedra se recriava
afagada por duas mãos sábias também de terra
jazentes hoje mais perto e mais fundo.
Aquele lugar agora escuro e sujo
de onde brotarão ervas sem flores
já nem conserva o resto das tuas cores,
a faísca do teu cinzel,
o eco da tua fala.
As figuras nascidas do teu génio
de cada mulher que libertaste da pedra
viverão para sempre em algum lugar
depois de ti, depois de mim
até ambos sermos esquecidos.
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O teu casaco
Chegaste
e nada do que disseste
fez sentido.
O teu casaco era o mesmo
desde há muito quando
desceste a escada cantando.
O regresso não existe
o regresso não passa
de um lamento entre dentes.
Os golpes na memória
mudaram os lugares ___
___ e as pessoas
a paisagem mudou e
está povoada de fantasmas.
Leva o teu casaco contigo dentro
antes que o percas também.
Bonita homenagem a um artista que inovou a nossa arte e o conceito do belo
ResponderEliminarGostei
O Artista merece. Obrigado.
EliminarPelos poemas depreendo que o BNG era amigo do antigo militante do PCP é autor da estátua de D. Sebastião (1973), da Praça Gil Eanes, de Lagos, verdadeiro ex-libris da cidade algarvia.
ResponderEliminarUm casaco para o museu da história, que guarda na memória quem nunca deve ser esquecido.
Não conheci pessoalmente João Cutileiro nem conheço o seu percurso político mas achei que a homenagem era merecida.
EliminarUm abraço.
Uma bonita homenagem a um grande artista e a um excelente homem segundo se dizia em Lagos durante os anos que lá viveu.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Concordo, um artista que sempre viveu para a arte e não perseguiu os ganhos materiais.
EliminarSaúde também e um abraço.
Bonita homenagem poética a João Cutileiro, um enorme ser humano.
ResponderEliminar.
Cumprimentos fraternos.
Muito obrigado pelo seu comentário.
EliminarCumprimentos também.
Uma postagem dupla, devidamente dividida.
ResponderEliminarGostei de ver, na primeira parte, Mestre Cutileiro ser homenageado com sentimento.
O Artista merece.
Julgo acertar na hipótese de que a parte do casaco diz respeito ao autor do texto e da foto.
Perdas contínuas? Que tal vestir as experiências passadas, juntamente com o casaco?
PS- Como já me fez notar, e bem, não domo os meus ímpetos. Foi isso que me trouxe aqui novamente. Não espero resposta.
Partilhamos o mesmo pensamento sobre João Cutileiro.
EliminarSobre a publicação seguinte, como sobre todas as que publico, é pouco importante o esclarecimento se são realidade ou ficção para, a partir daí, se fazer um juízo que corresponda à satisfação do nosso imaginário.
Compreendo que seja o ímpeto indomável que a trouxe aqui, acredite que saúdo a sua visita e considero nobre a reconsideração que a trouxe de novo.
Todos os comentários em tom correcto merecem a minha resposta.
E a pedra,
ResponderEliminarexatamente aquela
que apanhei naquela praia
lamentou-se, soltando uma lágrima
E agora?
(é verdade, as pedras choram!)
Pedras com alma. Obrigado. Um abraço.
EliminarA Arte, uma das mais belas expressões da Alma.
ResponderEliminarConverge, divergindo.
Boa homenagem.
Um interessante ponto de vista. Obrigado.
EliminarBonita e merecida homenagem.
ResponderEliminarMais um vulto da nossa cultura perdido no novo ano.
Fica a sua obra que, espero, seja mantida exactamente onde está colocada.
Beijo, Luis. Está um frio LOUCO!
Bom fim-de-semana.
É um justo desejo o seu da permanência das obras do artista no local onde viveram. Dado o cariz algo polémico de algumas das suas esculturas nunca se sabe se alguém ousa tirar-lhes visibilidade.
EliminarSim, o frio está por aí.
Um abraço.
Uma bonita homenagem...a um vulto que deixou a sua obra
ResponderEliminarpor isso estará sempre vivo entre nós
:(
Obrigado. Concordo com a dimensão que atribui ao artista.
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