Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Talvez amantes
Aguentaram o massacre até ao fim
os gritos
os gestos
as palavras pedra
crianças a chorar de noite
sobretudo de noite.
Aguentaram o massacre até ao fim
resilientes
insistentes
talvez amantes.
Morreram
um em resposta ao outro
como sempre.
A persistência dos sentimentos humanos
ResponderEliminarGostei
Persistência até ao fim.
EliminarObrigado.
O que de imediato me veio à ideia ao ler este texto,
ResponderEliminarfoi algo que li da estudiosa Inês Nascimento Rodrigues, sobre o massacre ocorrido em São Tomé,
num Fevereiro já longínquo, mas não muito.
Por certo, haveria crianças aos gritos e amantes morreram abraçados...
Acho que não deveria ter vindo até aqui.
Boa Noite.
Fez bem em vir mas, lamento, a sua interpretação de hoje não é essa que a impressionou. Leia de novo e veja o comentário do Miguel.
EliminarAgradeço na mesma a sua vinda e o comentário.
Boa Noite.
Antes de entrar na „persistência dos sentimentos humanos“ olhei com persistência e apaixonadamente para a extraordinária fotografia do Daniel Filipe Rodrigues.
ResponderEliminarNa noite de trevas e destruição a persistência dos „talvez amantes“ é mais resistente do que a própria morte.
Poético e profundo.
Ligações inexplicáveis. Transmitirei ao autor a referência à foto.
EliminarLindíssimo poema! Unidos em todos os momentos. E cito-me: "Morreremos apenas quando o amor nos assustar mais do que a morte"...
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Com o seu comentário adicionou mais um verso. Muito obrigado.
EliminarUm abraço
Belíssimos, poema e fotografia, L.!
ResponderEliminarAbraço
Muito obrigado, seja bem vinda.
EliminarUm abraço e saúde.
Voltei, reli o já anteriormente lido e, de novo, me quedo sem encontrar o caminho.
ResponderEliminarBelo?- Parece-me ser adjectivo muito vago para definir palavras tão fortes.
Intrigante? - Sim, sem dúvida!
Eu não quero repetir-me e rever nas palavras de outro comentador a razão de ser das palavras do autor.
Quero que seja o AUTOR a fazer-me entendê-lo...ou não.
A persistência dos sentimentos? Claro que sim...enquanto os sentimentos perdurarem.
Se vou convencida e satisfeita? Não, desta vez não! Lamento.
Divagar acerca de palavras como: morte, gritos de crianças, massacres? Não posso, não sei!
Nem encontro razão de ser em qualquer metáfora sobre...
Um abraço e desejos de um Bom Dia!
Tomei muita atenção ao seu presente comentário, no entanto não me parece adequado explicar o que está escrito. Continuo a achar que o curto comentário do Miguel é uma interpretação próxima do que está dito. Quantos às palavras utilizadas é bom que criem reacção em quem lê, agradável ou não. Estes textos não se explicam tal como na pintura não figurativa.
EliminarAgradeço o tempo e a atenção que me dedicou.
Um abraço.
Quando fiz/faço, referência a uma "explicação ou entendimento" obviamente que não me refiro a que tudo esteja claro, tim-tim por tim-tim.
EliminarQuero simplesmente dizer que, essa tal "explicação" a preciso encontrar eu, no mais fundo das minhas emoções, percebe, Luís?
Cada poema tem de trazer agarrado a si, bocados da alma de quem o escreveu. Se forem meras palavras atiradas ao vento, quanto mais impactantes melhor, com o intuito de provocar consternação mental e emocional, em quem a ler, simplesmente para ser sincera e honesta, não posso dizer: "Muito belo", numa vulgarização da beleza sem, no entanto, as palavras lidas terem em mim esse efeito de BELO.
Apenas dor e consternação.
Não agradeça o tempo que dedico ao seu espaço a às suas apreciadas palavras.
Desde o primeiro momento que aqui venho pelo verdadeiro prazer que sinto em ler as suas prosas poéticas. Quantas e quantas vezes, depois de o ler, acabo por me reconhecer em tudo o que li? Muitas vezes e já lhe o tenho feito aqui notar.
Agora, não me coarte é a liberdade de me expressar livremente. Quem pode controlar aquilo que se sente?
Certo é que poderia usar a máxima do autor do blogue, ou seja, não fazer das minhas palavras o eco do meu pensamento.
Era isso que queria que eu fizesse?
NÃO DIZER TUDO O QUE PENSO E PENSAR TUDO O QUE DIGO?
Preciso que, ao menos, isso me diga! Por favor...
Está tudo bem e anima-me que expresse o que sente relativamente ao que escrevo. Mas, não posso satisfazer mais a sua necessidade de organizar o que sente relativamente ao texto, aliás, a explicação mata a magia, se ela lá estiver, claro. Também lhe quero dizer que o Belo não se encontra apenas em textos considerados belos, um texto que cause tristeza ou "consternação mental e emocional" como referiu, pode ser um texto belo, o conceito de belo é objecto de tratados. Não acho, sinceramente, que o que aqui publico mereça tanta análise sobre a concepção do que as palavras querem dizer. Mais uma vez considero uma distinção a atenção apurada que faz do que aqui tem a amabilidade de ler.
EliminarUm abraço
Muito bem! A sua primeira frase já me basta como resposta.
EliminarE, como la vida sigue igual, na expressão de nuestros hermanos, vou terminar dizendo que:
"Tudo segue como dantes no quartel de Abrantes", até porque aqui, quem manda é o Napoleão Bonaparte cá do espaço. Eu, pela minha parte, bem vou tentando ser um pouco General Junot, mas qual quê?...Não passo de um simples soldado raso. 😊
Até mais logo ou até amanhã.
Um abraço também. 😊
Obrigado pela simpatia.
EliminarAssim que li o seu poema, vi a descrição perfeita da vida de um casal ao fim de muitos anos de convivência, resiliência e insistência, Contudo seguros contra a corrente, como sugere a bela foto.
ResponderEliminarUm abraço e boa semana !
Essa é uma leitura correcta. A vida tem destas coisas inexplicáveis.
EliminarObrigado.
Um abraço.
Ah, meu Deus! Que pena tenho desta minha infeliz incapacidade de não enxergar o óbvio.
ResponderEliminarE olhe, Luís, que o digo com a mais profunda sinceridade.
Eis, aí em cima, o comentário que me abriu os olhos para essa longa e persistente existência a dois remando ambos no mesmo sentido.
Vai ver, o mal nem está em mim, mas na minha experência de vida...
Está a ver? Era isso que eu queria ter entendido e o Luís não me quis dizer.
Agora já nem venho ver mais nada para não o aborrecer mais.
Inté.
Não há problema, eu sou paciente. Mas eles não remam no mesmo sentido, remam um contra o outro.
EliminarTenho sempre a porta encostada é só empurrar.
Obrigado.
😊
EliminarIsso não é um sonho, é um pesadelo, lol
ResponderEliminarÉ linda a foto
Cumprimentos
Obrigado pela sua visita.
EliminarJuntos hasta la muerte. Vivir uno sin el otro sería mucho peor que la misma muerte.
ResponderEliminarBesos
Vivir juntos hasta morir y matarse un poco cada día.
EliminarUn abrazo
Certamente amantes!
ResponderEliminarQuem sabe.
EliminarO amor é como a corda que na foto, evita que o tronco se vá na água. Aguenta tudo.
ResponderEliminarMorre-se quando ele morre. Ainda que se continue a respirar.
Muito belo o poema e a imagem que o ilustra.
Abraço, saúde e uma boa semana
É um grande suporte mas, às vezes, frágil.
EliminarUm abraço, saúde.