Foto de Bartolomeu Rodrigues




A subida


um passo acima, 

dois passos acima, 

três passos acima, 

vou subindo na escada do saber. 

Alcançarei o topo da minha estante

com uma escada engenhosa. 

Com os vinte e três tijolos

da Enciclopédia Luso-Brasileira 

já tenho 5 degraus. 

Recorro à História Universal 

com a solidez do estudo 

em mais 20 volumes 

completei 10 degraus. 

No fim 

peço ajuda aos poetas portugueses 

e com 10 volumes da Poesia Completa

chego ao topo da montanha. 


Calmamente em equilíbrio 

sobre tanto conhecimento 

pego no Pantagruel e eis aqui a ciência, 

a receita portuguesa de como se fabrica 

pão.




22 comentários:

  1. O conhecer abraça nos sobre todas as formas possíveis
    Gostei

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tanto conhecimento, tanto saber... e ele faz mesmo falta até para as coisas mais simples como fazer pão, o alimento primordial do corpo e da alma!

      E por falar em saber e conhecimento...
      Miguel, posso perguntar-lhe se o teclado com que escreve não tem o hífen e os outros sinais de pontuação!?

      Gostei imenso da fotografia, em tons sépia.
      Beijinhos escalonados

      Eliminar
    2. Obrigado pela parte do comentário referente ao meu texto. A observação está correcta.
      Um abraço

      Eliminar
  2. Um poema satírico bem concebido.

    Para quê a escalada do SABER e do CONHECIMENTO, quando em situações de crise, alimentar o corpo é primordial?

    Boa noite!


    ResponderEliminar
  3. A propósito de tanto carrego
    divulgo
    https://www.abrilabril.pt/nacional/bibliotecas-municipais-apresentam-alternativas-aos-utentes

    Quanto ao pão
    se tivesse forno
    seguiria a tradição

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Está na hora de comprar um forno.
      Conheço o Abril Abril, obrigado pela indicação.

      Eliminar
  4. A fotografia é simplesmente fabulosa e o poema não lhe fica atrás :)

    Em tempos, fabriquei um bom pão num simples forninho a gás. Hoje, só sirvo sonetos :)


    Forte abraço, L.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O seu comentário teve graça. Serve sonetos e... serve muito bem.
      Obrigado. Um abraço.

      Eliminar
  5. Curioso o poema. Lembrou-me um versículo bíblico. "Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." Pensando que para os crentes, os escritores são inspirados por Deus, diria que este poema é o contra ponto.
    E quer saber de uma coisa? Minha mãe, não sabia ler, mal sabia garatujar o seu nome, mas fazia o melhor pão que alguma vez comi. E eu que sei ler e escrever, e embora não tenha estudado, tenho lido imenso ao longo da vida, nunca consegui fazer um pão tão bom quanto o dela.
    Gosto muito daa foto.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Para fazer um bom pão pode consultar o Pantagruel. Fazer pão é uma actividade caseira antiga mas um bom pão só faz quem tem prática. Obrigado.
      Um abraço, saúde.

      Eliminar
  6. As fotografias são sempre tão maravilhosas, sejam elas do autor do poema, ou de um dos filhos, que eu fico amarela de inveja.
    E da POESIA aqui escrita também.

    Não tenho a „Enciclopédia Luso-Brasileira. Tenho a Britânica.
    A minha tia Palmira tinha o Pantagruel, que me queria oferecer, mas eu recusei.
    Agora é moda fazer pão. Uma familiar alemã trouxe-me um, duro como cimento.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não posso agradecer a gentileza das palavras. O Pantagruel está aí nas livrarias em novas edições, é uma obra que nos põe nostálgicos. O pão que lhe ofereceram deve ser tipo tosta, talvez seja bom.
      Um abraço.

      Eliminar
  7. Escalón a escalón, se va llegando a un nivel mayor de conocimiento. No está de más ir ampliándo lo que conseguimos en nuestra etapa de estudiante. En la vida nunca se deja de aprender.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Me gustaron tus palabras y tu interpretación del texto.
      Un abrazo y atención a COVID.

      Eliminar
  8. Quanto maior e mais difícil a subida, maior o conhecimento.
    Que não falte persistência, dignidade, inspiração... e boa farinha para um bom pão. Não sei fazer! Nunca tentei!
    Luis, gostei da imagem (fabulosa!) e dos versos.
    Beijo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gostei muito do seu comentário, estimulante e simpático.
      Um abraço.

      Eliminar
  9. E assim de degrau em degrau chega-se ao cimo do saber e, à satisfação de aprender a fazer um bom pão.
    A foto é muito bonita.

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Uma análise com que concordo. Obrigado pela referência à foto, vou informar o autor.
      Um abraço.

      Eliminar
  10. De degrau em degrau se adquire sabedoria e conhecimento.
    Eu, não sei fazer pão, mas a minha mãe sabia e fazia com tal ritual que me seduzia ver, embora ache que o processo de fazer bom pão, é preciso sabedoria e muita ciência.
    Nunca comi pão tão bom como o que ela fazia.
    A foto é muito bonita.
    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, fazer pão de qualidade só com muita experiência. É aptidão antiga, hoje já poucas pessoas perdem tempo com isso.
      Obrigado pelo comentário e pelas suas já esperadas visitas.
      Um abraço.

      Eliminar