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Cadeira 


Falo contigo Cadeira 

elogio a tua existência e a tua paciência. 

Passas a vida sentada 

gerações e gerações 

esperando corpos que se ajustam a ti

se servem de ti, alguns bem pesados

passas a vida sendo 

testemunha de conversas 

discussões 

juras 

segredos 

actos amorosos 

em que por vezes participas. 

És evocada em frases vis e agressivas 

     "ambicionas a cadeira do poder!" 

     "levas com uma cadeira nos cornos!" 

porque és de fácil manuseamento 

e de largo espectro de efeito agressivo. 

Cadeira

quanto mais velha mais valiosa és 

e dás garantia de resistência. 

Bem hajas Cadeira 

especialmente tu cadeira da minha vida 

onde estou sentado. 

     Isto é uma homenagem 

     Kadeira anónima 

     E também um acto de 

     Amor a todas vós. 





23 comentários:

  1. Nunca a IKEA pensou ser publicitada de maneira tão singularmente poética.

    A minha, aquela em que estou sentada, também a comprei no mesmo sítio, mas é muito mais confortável.

    Bom fim-de-semana.

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    1. A cadeira é a peça de mobiliário de concepção mais difícil e a mais carismática. Achei que merecia um texto de homenagem. Esta da foto é das mais baratas.
      Boa Noite, obrigado pela vinda.

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    2. A cadeira merecia o texto em sua homenagem e até muito mais, a IKEA é que não me parece ser merecedora de figurar num poema.
      Mas isto é a minha opinião. Cada um lá saberá das linhas com que se cose.

      Boa noite.

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    3. Estou totalmente de acordo consigo, também não quero fazer nada pelas multinacionais mas eles não vão saber e a mim deu-me jeito no texto.
      Um abraço

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  2. Cadeira, um artigo que faz depender grande parte da criação humana
    Gostei

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  3. RENDO-ME à sua imaginação, POETA.
    Homenagear uma cadeira com um poema é o MÁXIMO.
    As frases vis e agressivas são tão reais.

    NÃO encontro no poema a palavra IKEA.
    Se a encontrar diga-me.

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    1. Está em modo acróstico nos últimos 4 versos, Teresa.
      Não é possível que não vejas.

      Boa noite, durmam bem.

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    2. Acho que a Teresa estava a brincar. Ainda assim agradeço à Janita o esclarecimento.

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    3. A cadeira é uma presença constante e está em todas as casas sejam as dos pobres ou dos ricos.

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  4. Esplêndido, L.!

    No entanto, no entanto... cuidado! Sei que isto é um exagero e que não pretendeu publicitar coisa nenhuma, mas eu continuo a ver a arte cada vez mais ao serviço das actividades que garantem lucro imediato, vêm-me à memória Adorno e Horkheimer e não consigo evitar um calafriozinho...

    Olhe, L., não ligue muito a estas minhas manias; afinal até o Pessoa mordeu o anzol e eu, hoje, até estou a "vender" sonetos ao postigo, rsrsrs...

    Forte abraço!

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    1. Estou de acordo consigo e estou atento a essas invenções das "indústrias criativas". A verdade é que a necessidade de sobrevivência nos obriga a certas pequenas concessões, eu trabalhei muitos anos em publicidade, precisamente a inventar a melhor maneira de vender. Por causa das minhas reservas é que não projectei a minha actividade como artista plástico
      onde é preciso estar no lugar certo e procurar "estar no meio" das pessoas certas.
      Aqui no texto foi só uma brincadeira que veio a calhar.
      Prezo os seus comentários. Um abraço

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  5. Boa tarde Luís, parabéns pelo texto inspirado, mesmo sobre uma cadeira, você nos trouxe um texto brilhante.

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  6. Um poema muito criativo que deixa qualquer cadeira, vaidosa :)
    Embora ache essa um pouco desconfortável, serve para o efeito a que foi destinada.

    Um abraço

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    1. Está não é confortável mas mostrou-se fotogénica.
      Obrigado pela visita, um abraço.

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  7. Me guata como has tomado la foto de la silla, con el buen contraste de la cortina blanca que tiene detrás.

    Besos

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    1. Sí, la foto estuvo bien, fue una casualidad. Gracias por visitarnos.
      Un abrazo

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  8. Gosto da cadeira. E do poema. A IKEA? O Diácono Remédios diria "Não havia necessidade". Penso o mesmo.
    Abraço, saúde e bom domingo.

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    1. Por vezes gosto de terminar com uma nota de boa disposição e que surpeenda.
      Bom domingo, saúde, um abraço.

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  9. Gosto da cadeira, embora não gosto do IKEA (coisas)
    O Poema está bom, porque cadeiras há muitas e não só as de se sentar.
    beijinhos
    :)

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