Terracota, malmequer, chocolate, etc.
Há quem tenha amigos
à espera no café todos os dias
no mesmo café.
Combinam o encontro
como se fosse o primeiro
dizem o nome do café
com o mesmo carinho com que dizem
o nome dos netos.
Todos os dias no mesmo café
já nem precisam de dizer ao empregado
um descafeinado e um copo de água!
basta fazer um sinal com o dedo
ou dizerem
“o costume!“.
Sempre à mesma hora
na mesma mesa
na mesma vida
as mesmas palavras
sobre qualquer que seja o assunto
em conversas repetidas
ou triviais.
Depois da peregrinação
a volta a casa
a caixa de papel pardo
com os dois bolos do costume.
Caminham felizes repetindo
de si para si ao compasso
a palavra de que mais gostam
e da qual se esquecem constantemente
terracota!
terracota!
terracota!
ou
malmequer!
malmequer!
malmequer!
ou
chocolate!
chocolate!
chocolate!
a cada um a sua palavra.
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Felicidade na rotina do quotidiano?!
ResponderEliminarFelicidade sem alternativa.
EliminarQual é a alternativa agora que os cafés estão encerrados?!
EliminarTomar café em casa com a nossa cara metade, quando há essa metade.
EliminarA felicidade é um caminho que não escolhemos
ResponderEliminarÉ nos entregue
É um acontecimento.
EliminarAh, meu amigo
ResponderEliminarse me limitasse a uma rotina assim~
hoje, não sei o que seria de mim
Entendes?
Entendo, também não é a minha, mas sei que existe.
EliminarSorrio. Não posso deixar de sorrir, L., porque durante muitos anos essa mesmíssima "rotina" foi a minha única quebra de uma outra rotina que me exigia/exige horas e horas de imobilidade e concentração...
ResponderEliminarSem os bolos, claro está, que esses ficavam para as bolsas menos vazias, essa horinha de convívio e troca de trivialidades, era a minha horinha de descanso...
O nome do café é que, pelo menos para três de nós, mudava; ora era "o escritório", ora "o local de trabalho".
Agora, porque nem eu nem a Mistral tomamos café, o convívio com outros seres humanos tornou-se tão virtual como a concretização de uma obra poética e a troca de banalidades... também.
Forte abraço!
Temos a tendência para criar rotinas sejam elas quais forem. Todas são aceitáveis desde que proporcionem o nosso equilíbrio e podemos ter várias.
EliminarUm abraço também.
Caro Poeta
ResponderEliminarJá tive dias assim, mas havia sempre algo para dizer, para falar e discordar.
Agora com o confinamento tudo isso acabou para mim.
Mas depois da vacina e quando me sentir mais segura, talvez volte ao mesmo.
Para mim é salutar, mas cada qual tem os seus gostos e rotinas, acho eu.
Um bom domingo e muita saúde!
beijo de carinho
:)
Devemos respeitar as rotinas de cada um, também temos as nossas e isso por vezes dá conforto e serenidade.
EliminarObrigado, um abraço.
Ah como as rotinas fazem bem em se tratando de encontros nos cafés.
ResponderEliminarTodas as outras são automáticas_ nos encontros a graça é justamente,
os papos com quem compartilhamos o chocolate, o mate ,o expresso.
Boa inspiração.
meu abraço e boa semana nas rotinas.
Estou de acordo consigo, as rotinas dão estabilidade.
EliminarDesejo saudar o seu regresso.
Boa semana. Um abraço.
Nunca tive esta rotina com amigos, mas tinha-a com os meus pais. Durante mais de 10 anos, todos os dias almoçava com eles, seguíamos depois até ao café de um amigo da família, e bebíamos sem pressa e com assunto pelo meio, um cafezinho, cheio, bem quente ou normal.
ResponderEliminarMesmo depois do meu pai falecer, continuei este ritual com a minha mãe, até já ela não poder e eu perder a vontade desta rotina.
Estou comovida, mas penso que nos faz bem estes desabafos.
Um abraço
Rotinas que nos confortam, equilibram e deixam boas recordações.
EliminarFico reconhecido por ter ficado sensibilizada.
Obrigado. Um abraço.
Nem café, nem cafés, nem rotinas, nem palavras repetidas à exaustão.
ResponderEliminarSou uma palavra vazia, que gosta de abraços.
«a cada um a sua palavra» e a minha é: ABRAÇO!
E um abraço lhe deixo, Luis.
Cada um com os seus gostos e as suas rotinas. Agradeço o abraço e retribuo.
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