Foto de Daniel Filipe Rodrigues sobre aguarela do autor do texto
Súbito momento
Anoitece em São Francisco
morrem duas maçãs sobre a mesa.
Tudo foi rápido e inconsequente
sobre aquela mesma mesa.
Fico silencioso
a acompanhar a descida da luz
degrau a degrau
na escada lá fora.
É noite em São Francisco
ouço Bach
enquanto cozinho favas guisadas
só para mim.
Um momento curioso é o poeta ouvir „A Paixão segundo Mateus“, oratório de Johann Sebastian Bach, enquanto que come favas guisadas, numa cidade, cujos habitantes não sabem quem é Bach. Ao menos, sente-se.
ResponderEliminarUma curiosidade artística é a fotografia de Daniel Filipe Rodrigues sobre a aguarela.
Fiquei curioso com o seu palpite quanto à peça de Bach que estaria a ouvir. Pode satisfazer a minha curiosidade?
EliminarTambém gosto muito dessa foto.
Na época pascal, não há ninguém que ame Bach, que não ouça o oratório „A Paixão segundo Mateus“.
EliminarE não interessa em que cidade se encontra ou se come favas guisadas.
Tanta a fotografia como o poema fascinam pela originalidade.
Certo. Bom palpite.
EliminarO «súbito» raio de luz na tela ainda a valoriza mais.
EliminarEstou de acordo.
EliminarNa Goldman Sachs em São Francisco
ResponderEliminartoda aquela gente veio ao cheirinho das tuas favas.
Agora, se são só para ti... não sei, não
se não virá daí vingança por recriminação
Amanhã, anuncia um Takeaway. Talvez a gente se safe!
Não havia favas para mais ninguém, lamento, e para esses muito menos.
EliminarCuriosa a mistura entre o profano e o barroco na arte
ResponderEliminarUm comentário de grande precisão no enquadramento dos períodos artísticos que vislumbrou no texto. Obrigado.
EliminarCurioso poema.
ResponderEliminarObrigado.
EliminarLendo o Pensamento do Poeta:
ResponderEliminarAh, este meu EU
que só Eu entendo,
mas quero propalar.
Deixar para a posteridade
o mEU modo de pensar.
Estender até ao infinito
esta minha estrada.
Deixando que leituras variadas
virem e revirem a esmo.
Como se EU não estivesse
sempre escrevendo
- apenas e só -
para MIM mesmo!
FM
Esse seu pensamento é curioso, tomo em conta o que disse. De facto, quando escrevemos, o primeiro destinatário somos nós próprios.
EliminarCaro Anónimo que se assina FM, obrigado.
A tela, agora, tem o «súbito» raio de luz, que não tinha, e faz toda a diferença.
EliminarTambém acho.
EliminarBelíssima, a aguarela, L.
ResponderEliminarNão ouvi Bach, nunca estive em São Francisco e muito menos cozinhei favas, mas posso imaginá-lo e reconheço a estranha beleza desse específico momento.
Forte abraço!
Súbitos momentos em que a tristeza pode ter alguma beleza.
EliminarUm abraço.
A única casa pintada deve ser a sua, a luz na tela não mente.
ResponderEliminarLindíssima a foto a embelezar ainda mais aguarela.
Um abraço
Curiosa a interpretação que cada leitor faz tanto dos textos como das imagens.
EliminarUm abraço. Obrigado.
Gostei da ideia das favas guisadas lol
ResponderEliminarCumprimentos
Também gosto. Obrigado.
EliminarCumprimentos.
Que casualidad. Hoy he puesto habas con jamón y pechuga de pollo a la naranja.
ResponderEliminarBesos
Les deseo una buena cena. Un abrazo.
EliminarGosto de poesia, de favas guisadas, e de Bach. Colocar os três, numa dúzia de versos harmoniosos é de mestre.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Uma dose de coisas boas.
EliminarObrigado, um abraço.
Caro Poeta
ResponderEliminarS.Francisco lembra-me flores no cabelo
mas gosto de maçãs.
favas, não, obrigada.
um poema "diferente" mas sempre com a assinatura que já se conhece.
beijinhos
:)
Também me lembro dessa fase das flores no cabelo.
EliminarUm abraço.
De favas não gosto, mas gosto dos restantes versos do poema, e do raio de luz sobre a casinha azul na aguarela.
ResponderEliminarAcabo por gostar de tudo o que interessa.
Beijo Luis.
Ainda bem que gostou. Obrigado.
EliminarUm abraço.