Foto do autor do texto
Súbito momento
Hoje acenderam-me a lareira.
Tenho a manta sobre as pernas
folheio o meu diário.
Nesse tempo
tudo parecia entendimento
mesmo do absurdo
o que escrevia
eram palavras sem medo
ilustradas com um céu azul.
Depois
perdeu-se o céu
as palavras começaram
a fazer perguntas
o ventre ardeu.
Hoje acenderam-me a lareira.
De mão cheia
arranco essas folhas da memória
e ponho a arder o meu passado.
A memória não se arranca. Preserva se para não ter de ser destruída
ResponderEliminarGostei
Um Súbito Momento em que julga possível anular a memória.
EliminarFico sem palavras, L.
ResponderEliminarCom a minha idade e na minha condição, sou muitíssimo mais passado do que probabilidade de futuro. O presente? Esse é tão fugaz que só depois de escrito, esculpido, desenhado ou fotografado poderemos começar a deixar de duvidar da sua existência ;)
Muito belos, imagem e texto!
Forte abraço
Gostei muito do seu comentário, há nele uma identificação com o texto e um esclarecimento que valoriza o que foi publicado.
EliminarObrigado
Um abraço.
Para que o Passado não arda e desapareça, como se nunca tivesse existido.
ResponderEliminarPara que o Presente, no Futuro, não siga o caminho daquilo que já foi Passado,
deixe que a lareira arda com a finalidade única de lhe aquecer os joelhos frios.
Os "Súbitos Momentos", que em cada vida surgem para desencantar e fazer esmorecer o mais forte,
devem ser transformados em "Momentos Encantados"... :)
Fico tocado pela compreensão e solidariedade do seu comentário. Difícil é essa transformação dos "momentos".
EliminarAgradeço reconhecido.
Há tanta tristeza na publicação de hoje que fiquei sem palavras.
ResponderEliminarEm silêncio digo simplesmente que apreciei a beleza do poema e da fotografia, embora não compartilhe esses momentos — talvez por não ter lareira.
Também não tenho lareira.
EliminarHá momentos em que até o céu conspira contra nós. Felizmente, são súbitos.
ResponderEliminarUm abraço solidário.
São dias, são momentos.
EliminarObrigado, um abraço.
O céu azul ficou parcialmente encoberto pelas nuvens escuras, tal com os momentos felizes da vida, ficam soterrados pelas más memórias.
ResponderEliminarPorém vale mais ter más memórias que não lembrar coisa nenhuma. Só se está vivo enquanto há memórias.
Abraço, saúde e bom domingo
Tem toda a razão, quando se perde a memória essa doença tem um nome.
EliminarSaúde também para si e um abraço.
O poema de hoje denota uma certa amargura.
ResponderEliminarMas o passado é nosso, tem memórias boas e más.
Não o devemos esquecer, guardemos entao o bom e esquecer o mau.
E é isso!
beijinhos
:)
Sempre o passado a estar presente.
EliminarUm abraço.