Foto do autor do texto
Oração breve
Ó Deus incompetente
o mundo não é apenas o teu mundo
o mundo é também
a nespereira que vejo da minha janela.
Ó Deus incompetente
eu tenho o poder de acabar contigo.
Ó Deus incompetente
a mim só me serves
para descontinuar a minha morte.
Ámen
A teologia das nossas crenças
ResponderEliminarAs nossas descrenças.
EliminarO homem criou deus à sua imagem, conforme a sus semelhança, portanto tem de ser um deus incompetente.
ResponderEliminarA divindade está na nespereira || natureza e na arte || na original aguarela.
Amem
Estou acompanhado na minha descrença.
EliminarSobre o texto não me irei pronunciar; respeito todas as crenças e a ausência delas também.
ResponderEliminarGostei muito da nespereira, bem podada, de modo a que se possam colher os seus frutos sem necessitar de uma escda.
A aguarela, traz uma mensagem específica, penso eu. Essa espiral negra, será a crença do autor e evaporar-se? Será o seu poder, ainda mais forte que o Deus "incompetente"? Pois não sei...
Um abraço, com votos de um bom dia.
O "meu poder" sobre o tal Deus advém do facto de eu achar que ele é uma criação nossa.
EliminarA aguarela já existia, achei que se enquadrava com o texto, a sua identificação está correcta.
Bom Dia, um abraço também.
Ao ler esta "Oração breve" lembrei o filósofo Nietzsche quando questiona: “Seria o homem um erro de deus ou deus um erro do homem?”. Não sei a resposta, mas sei que gostei imenso da nespereira e da aguarela.
ResponderEliminarUma excelente semana, com muita saúde.
Um beijo.
Uma incógnita que o raciocínio filosófico explica. Nós podemos matar Deus.
EliminarObrigado pelo tempo que dedicou à publicação de hoje.
Saúde, um abraço.
Ò olhos incompetentes!
ResponderEliminarPerdoe-me, L., mas não posso deixar de protestar; quando abri o link do seu blog, fiquei uns bons momentos extasiada a admirar aquilo que julguei ser uma réplica da muito saudosa árvore da borracha - Ficus elastica - que durante anos me fez companhia, bela e frondosa, ainda que plantada num contentor e dentro de casa.
Quando, ao ler o seu poema, percebi que é uma nespereira, não é a nenhum deus que acuso e sim à minha desgastada fisiologia ocular.
Reli agora a sua ORAÇÃO BREVE e, finalmente, vi, na sua aguarela, uma hipotética representação desse deus a que(m) se dirige.
Parece-me ingénua, a pergunta de Nietzsche... os deuses foram absolutamente necessários ao homem primitivo e, pelo visto, continuam a ser uma necessidade para a maioria dos seres humanos.
Reconheço que não é nada fácil conviver pacificamente com as dúvidas e as incertezas da vida. Uma única resposta que nos transcenda, pode ser muito securizante, ainda que completamente inconsistente.
Forte abraço, L.
Os seus olhos podem estar desgastados mas, acho que a sua visão da árvore da imagem também apelou ao seu imaginário.
EliminarA aguarela tem, de facto, esse elemento central que se casa com o fulcro do texto.
A dúvida, neste caso, é também uma construção do homem.
Obrigado pelo debate, é disto que eu gosto aqui neste espaço.
Um abraço
Esta manhã, o Friedrich segredou-me ao ouvido — depois de me dar os parabéns — para escrever no blogue do meu amigo:
ResponderEliminarGott ist tot || Deus está morto
A aguarela perpetua essa morte.
Somos uma geração sem deus.
Está morto mas ainda mexe.
Eliminar.Adoro nêsperas. Lendo o poema fiquei em reflexão..
ResponderEliminarCumprimentos
.
Obrigado.
EliminarCumprimentos.
Gostei da nespereira (havia muitas na minha casa)
ResponderEliminarGostei da aguarela.
A oração, é uma oração amarga, mas nem por isso deixa de o ser.
:(
São dias sem horizonte. Obrigado.
EliminarUm abraço.
Que nespereira linda de galhos frondosos!
ResponderEliminarA aguarela parece-me um tornado endiabrado.
Li a oração... mas não rezei.
Beijo.
Esta oração não serve para todos, concordo.
EliminarUm abraço.