Foto do autor do texto
Os lápis que tenho gasto a dedicar as minhas rezas
Nunca fui obediente a deuses e a ídolos
o que querem os deuses é que nos finemos em paz
o que querem os ídolos é que os deixemos finarem-se em paz.
Nunca fiz de um cântico uma reza
rezar é o que me sai das mãos.
Os lápis que eu gastei a fantasiar, a rezar
por todos os que já morreram
que eram os que sabiam os meus segredos.
Afio o lápis e continuo a rezar.
Afio o lápis e escrevo, que o poema é uma espécie de anti-oração — um dia depois da comemoração do 13 de maio, em Fátima — coincidência ou não.
ResponderEliminarComo eu tenho um “faible” por lápis, a fotografia fascina-me absolutamente.
Sabe o que o lápis significa na obra de Thomas Mann?!
Não sei, fico a aguardar um texto sobre o assunto.
EliminarJá leu “A montanha mágica” lá está tudo bem explicado.
EliminarNão me respondeu, se o poema desta noite anti-religião foi inspirado na corrida de ontem dos portugueses para Fátima.
Boa noite, afio o lápis e vou-me deitar, sem rezar.
Ainda não li, tenho-o a aguardar a vez.
EliminarNão foi propositado.
Bom descanso.
As nossas obediência são os
ResponderEliminarNossos segredos
Concordo, algumas são mesmo segredos.
EliminarJá leu “Die Lüge als Kunst”?!
ResponderEliminarEmbora fiel, a tradução está bonitinha.
Já fui ver, ficou muito bem.
EliminarDzień dobry, dziękuję za wizytę. Uścisk. Tłumaczenie Google.
ResponderEliminarBom dia!
ResponderEliminarGastar lápis a fazer esboços de desenhos ou a tomar notas para futuros textos poéticos, pode assemelhar-se aos lápis que gastam aqueles que, por certo, "alinhavam" as suas pregações, para pregar a sua fé religiosa a quem os ouve e... reza.
Creio ser tudo uma questão de crença. Quem ama a Arte que executa, indubitavelmente, reza....Põe a alma e o coração naquilo que faz. Disso não tenho eu a mínima dúvida.
Este seu texto, entre outras coisas, fez-me lembrar um poema de Manuel Bandeira do qual lhe trago quatro versos:
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Terminando com este arrepiante (de tão belo) verso:
- "Eu faço versos como quem morre."
Um abraço.
PS- A foto do Autor está simplesmente fabulosa. Vê-se que ama os seus 'instrumentos' de trabalho, - pois guarda os seus despojos...religiosamente. :)
Gostei muito do seu comentário de hoje e da referência e transcrição de Manuel Bandeira poeta que também aprecio e que me foi dado a conhecer tinha eu 16 ou 17 anos por alguém que foi importante na minha formação, gosto de recordar essa pessoa como se fosse uma homenagem. Tudo certo no que disse. Esses restos de lápis representam muitas horas de trabalho.
EliminarObrigado. Um abraço.
Este seu poema tocou-me profundamente, L.
ResponderEliminarQuanto à fotografia, é-me impossível olhá-la sem me sentir invadida pelo cheiro intenso das lascas de madeira dos lápis acabados de afiar. É um cheiro trazido pela memória, não pela sinestesia, mas continua a ser uma das minhas mais fortes memórias da infância.
Forte abraço!
Fico muito satisfeito por ter tocado a sua sensibilidade. Compreendo e sei do que fala quando refere o aroma dos lápis, isso também sucede comigo, confesso-lhe que os tenho numa caixa e os visito e aspiro o seu perfume de quando em vez.
EliminarObrigado, um abraço.
Vendo e lendo o poema deixou-me em profunda reflexão.
ResponderEliminarBom fim de semana
Folgo em este texto ter sido útil.
EliminarObrigado, bom fim de semana.
Por la colección de lápices que tienes, se ve que no tiras ninguno ....has hecho muy bien. Te ha servido para ilustrar tu relato con esta interesante fotografía.
ResponderEliminarBesos
Es una pequeña parte de los lápices que gasté en una época en la que ilustraba libros escolares. Un abrazo.
EliminarVi-me em criança, assim que olhei a foto. Só podíamos usar lápis, a caneta veio bem mais tarde.
ResponderEliminarCada obra feita com amor, é uma prece.
Um abraço
Também me lembro das canetas de molhar no tinteiro, não havia outras.
EliminarObrigado. Um abraço.
Amigo Poeta/Pintor
ResponderEliminarAchei uma maneira sui-generis de rezar, mas, nem sempre sabemos como rezar, portanto eu até compreendo esta sua maneira.
A foto está um primor, para suporte do poema.
deixo um beijo
:)
Escolhemos as soluções ao nosso alcance.
EliminarUm abraço