Quase tudo, quase
Quase tudo eu posso digerir.
Bocas abertas em que cada dente
é uma palavra violenta,
mortes previsíveis que serão
para amanhã ou depois,
o esquecimento de nós
como se o que fomos e o que fizemos
fosse uma invenção nossa.
Quase tudo eu posso digerir.
A penúria, o medo, o remorso.
Difícil é ficar sozinho
com a escuridão encostada à pele
a tentar adormecer.
Praticamente tudo se pode digerir, menos a solidão violenta
ResponderEliminarÉ como diz. Obrigado.
EliminarQuase tudo, muitas vezes, torna-se demais.
ResponderEliminarGostei muito das palavras. Levaram-me a reflectir sobre as coisas que já passaram por mim e mais me custaram, e ainda custam, digerir.
O pior de tudo, para mim, é o remorso. As coisas que eu poderia ter feito de maneira diferente e não fiz.
Na hora de dormir, nunca me sinto só. Acompanha-me o sono. Se acaso o deixo fugir, levanto-me e vou à sua procura...
Na imagem, vejo uma casa no meio da escuridão. O azul? Talvez resquícios de um passado bem melhor do que o presente, mas ao certo não sei. Só sei que gostei!
Um abraço.
Desta vez a minha publicação parece ter tocado o seu interesse reflexivo que, como disse há uns dias, há muito não acontecia. Julgo que foi esta a ideia que deixou. Faço os possíveis por diversificar as publicações para que não se tornem monótonas e previsíveis.
EliminarMuito Obrigado pela atenção que dedica ao que aqui deixo.
Um abraço também.
PARA PODER APRECIAR A FUNDO O POEMA, TIVE DE CALÇAR OS SAPATOS DE OUTREM. NÃO SEI SE OS SEUS, SE OS DE OUTRO ALGUÉM, L.
ResponderEliminarTODAS- E FRISO, TODAS! - AS ESCOLHAS QUE PUDE FAZER FORAM NO SENTIDO DE TENTAR SOBREVIVER PREJUDICANDO O MENOS POSSÍVEL OS OUTROS, EM CONSCIÊNCIA. PREJUDIQUEI-ME FREQUENTEMENTE, MAS SEGUI SEMPRE A MINHA CONSCIÊNCIA, POR ISSO NUNCA SINTO REMORSOS E A ÚNICA LONGÍNQUA E ABSURDAMENTE DOLOROSA SOLIDÃO QUE RECORDO, VIVI-A ACOMPANHADÍSSIMA.
VISTO, PORTANTO, A PELE/SAPATOS DAQUILO QUE VOU CONHECENDO DO MEU PRÓXIMO E, AGORA SIM, ACREDITO QUE POSSA SER ATROZ "FICAR SOZINHO/COM A ESCURIDÃO ENCOSTADA À PELE/A TENTAR ADORMECER".
ESSE BELÍSSIMO AZUL (VEJO-LHE FIBRAS, TALVEZ POR SOBREPOSIÇÃO DE CAMADAS DE TINTA, OU PINTURA SOBRE COLAGEM) É QUASE, QUASE O AZUL QUE ADOPTEI PARA A PAREDE NORTE DA MINHA SALA/ESCRITÓRIO/ARMAZÉM DE VELHARIAS :)
FORTE ABRAÇO!
Quanto à pintura a textura que se vê é resultado de Acrílico sobre papel enrugado e colado. Sobre o texto, agradeço o seu comentário, sempre um auxiliar a uma interpretação que enriquece o que está escrito. Muito Obrigado.
EliminarSaude, um abraço.
Nunca ninguém está sozinho. Existe sempre algo ou alguém a acompanhar o nosso pensamento.
ResponderEliminarPoema muito bonito
Bom fim de semana
Cada vez vejo mais gente à minha volta, sozinhos ou sozinhos a dois e dois.
EliminarMuito Obrigado
Bom fim de semana.
Com um sol ardente encostado à pele, digo simplesmente que a pintura é linda de morrer — o azul de aço empastado sobre o preto é fenomenal.
ResponderEliminarAqui estamos com chuva.
EliminarAQUI 🇩🇪 30°C°
EliminarMais ardente do que o sol é o nosso desejo de derrotar a 🇩🇪
Abraço solidário 🇵🇹
Réplica de quem tenta aprender a ficar só
ResponderEliminarQuase tudo eu posso digerir.
Bocas abertas em que cada dente
do da frente ao siso
é um largo sorriso
para amanhã ou depois,
na saudade de nós
como se o que fomos e o que fizemos
fosse uma invenção só nossa.
Quase tudo eu posso digerir.
A penúria, o medo, o remorso.
Já não é tão difícil ficar sozinho
com a escuridão a afastar-se da pele
e a conseguir adormecer como um menino
Pelo que vejo, tudo é positivo, além disso dormes bem. Estás no bom caminho.
EliminarUm abraço.
bnn, bem impactantes as palavras deste poema, identifico-me com boa parte delas... a tela foi muito boa escolha, parabéns por tudo.
ResponderEliminarbeijinhos e obrigada pela visita, vou continuando 'o passeio' :)
Obrigado pela sua visita e pelo seu comentário.
EliminarUm abraço.
Inquietação e o que vejo/sinto na tela.
ResponderEliminarSó não digiro a injustiça , a solidão, não sei.
Um abraço.
A imagem talvez ilustre o texto. Muito Obrigado pelo seu comentário.
EliminarUm abraço
Neste momento também eu tenho a escuridão encostada à pele — junto a seis alemães a espumar de alegria — a tentar acalmar.
ResponderEliminarCalma, nada no mundo vai mudar, tudo ficará na mesma.
EliminarHay mucha injusticis en el mundo y hay que luchar contra ella.
ResponderEliminarBesos
Esta lucha no es fácil, solo una revolución. Un abrazo.
EliminarUma casa brilhando na escuridão da noite, a esperança que o artista deseja mas não quer reconhecer. Ou a entrada de uma gruta junto ao mar? Ou a porta dos sonhos do poeta, cercada pelo desanimo da solidão de que se queixa no texto?
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom fim de semana
Gostei muito de todas as hipóteses, a criatividade também está desse lado.
EliminarBom domingo
Um abraço
MENTIRA, eu não consigo digerir.
ResponderEliminarTudo o resto, vou engolindo, ou escondendo debaixo de «resmas» de papel enrugado.
Gostei da casinha... sem chão!
Beijo.
Também acho que a mentira é uma traição inultrapassável.
EliminarUm abraço.
Concordo!
ResponderEliminarA solidão imposta é um veneno que corroi a mente e o corpo.
Gostei do suporte da imagem em completa sintonia com o poema.
deixo um abraço
:)
Muito obrigado, retenho o seu comentário.
EliminarUm abraço.