Foto de Ana Luís Rodrigues
Eu, tocador efémero de saxofone, partilho convosco uma carta que recebi, como antigamente, pelo correio. Omito o nome por consideração pela autora.
A dúvida é se a resposta vai matar a memória.
Dá-me o som inesquecível
desse teu sax que fazias soar
com subtileza entre dois copos
naqueles nossos dias iniciais
em que tudo era permitido
em que até a penumbra tinha cor
quando escorria a luz pelas paredes
até às nossas mãos.
Foi há meio século, lembras-te?
Dá-me o som inesquecível
desse teu sax
envia-me o teu velho disco
para a morada que encontras
no verso desértico desta carta,
desta vida.
Maria Maria
O sax acompanha nos o trajeto até à loucura
ResponderEliminarAbandonemos o sax, portanto.
EliminarO fazer poético por aqui instiga a curiosidade sobre a tal "morada". Que o saxofone possa se fazer ouvir, aqui, e acolá.
ResponderEliminarParabéns, gostei muito.
Beijokas
Saúdo a sua visita e registo satisfeito as suas palavras de agrado pela publicação. Muito obrigado, espero os seus comentários.
EliminarUm abraço
A resposta não vai matar a memória de um amor enferrujado como as fechaduras de amor da lindissima fotografia de ANA LUIS ‼
ResponderEliminarE o saxofone continua a tocar a saudade do momento‼
TERESA PALMIRA HOFFBAUER
A resposta poderá desencadear uma nova realidade mal sucedida que apague as memórias já registadas.
EliminarRecebi não há muito semelhante carta
ResponderEliminarA diferença é que meu som era de uma guitarra
Que jaz pendurada numa porta
Já sem travessão e sem uma corda
Se soubesse tocar, seu som seria lindo...
(Mas mesmo desafinado,
produziu o efeito desejado)
Experiências comuns, neste caso.
EliminarOu muito me engano ou já vi esta fotografia aqui.
ResponderEliminarSe não esta, foi outra muito semelhante. É linda...Na sua beleza da mensagem que nos envia: "Um verdadeiro Amor, gravado a ferro e fogo, no coração, nunca morre".
A carta da Maria Maria está aberta a todos e por todos lida, o que nós gostaríamos de saber é a resposta do destinatário.
Será que o sax enferrujou em virtude do seu uso efémero? Ou será que se ergueu, lá do fundo da sua memória recôndita, e correspondeu ao desejo da amada, num som profundo e belo? Mistério...!
Um abraço e um 😊
A foto é outra mas com o mesmo tema.
EliminarQuanto à resposta à carta, o destinatário está em reflexão, suspeito que demorará até a resposta já não fazer sentido. Músicas antigas só no "Melodias de Sempre" mas o programa já não existe e o saxofone foi vendido no OLX.
Agradeço os seus sempre completos comentários.
Um abraço também.
Tudo sempre tem sentido se assim o quisermos.
EliminarDepois, nada é tão eterno quanto a música.
Não há melodias de ontem, há sim, as de Sempre.
Lembre-se da voz portentosa da Ella e do som maravilhoso do trompete do Armstrong.
Vou à vida, até logo. :-)
Estou de acordo, obrigado.
EliminarSiempre quedará en el recuerdo, esos versos que te dedicaron un día y quizás el autor haya olvidado.
ResponderEliminarBesos
Muchos años después, el recuerdo se despertó. Un abrazo.
EliminarA foto é muito bonita. Do poema carta, gosto do som do sax. O resto não comento por não ter a certeza de ter entendido o sentido.
ResponderEliminarAbraço e saúde
É sempre bem vinda tal como os seus comentários, todos os sentidos encontrados no texto são válidos.
EliminarObrigado, um abraço.
Meio século é passado demais. A Maria Maria (!) não merece resposta nem o vinil... que agora vale uns trocos.
ResponderEliminarA foto é magnífica!
Luis, que nunca lhe falte imaginação.
Beijo.
Esse seu comentário corresponde ao meu pensamento. Muito obrigado.
EliminarUm abraço
Que bonito.
ResponderEliminarHá coisas que a memória não apaga.
A foto é igualmente muita boa!
Abraço Amigo Poeta/Pintor
:)
Obrigado pelas suas palavras.
EliminarUm abraço.