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As opções do poeta


O poeta perdeu a credibilidade

de tanto insistir em estar sozinho. 

Ele tem as suas preferências 

quanto a estabelecer relações 

prefere gorilas, 

chimpanzés 

e papagaios

o poeta reconhece esta impossibilidade. 

Então 

acolhe-se ao canto da sua sala

onde tem um arco-íris 

e toma uma chávena de chá 

de camomila e canela.

O poeta

ergue-se todos os dias pacificamente.




18 comentários:

  1. Que o poeta se erga todos os dias pacificamente já é positivo.

    A fotografia é deveras interessante __ penso que é uma fotografia manipulada.

    PS: fiquei triste com a derrota da Dinamarca.

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    1. Também lamentei a derrota.
      A foto é real, sem manipulação.

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    2. Eu queria dizer que já é algo positivo que o poeta se erga pacificamente todos os dias.
      Compreendo a insistênsia do poeta em estar sozinho.
      A SOLIDÃO é a verdadeira fonte de criatividade e não a curiosidade.

      Pensei que fosse uma fotografia manipulada, porque parece mais uma pintura do que uma fotografia.

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    3. Compreendi melhor agora o sentido do seu comentário.
      A foto é de uma casa abandonada onde já cresce vegetação no telhado.

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  2. A solidão está em todo o lado. Por isso é necessária. Quase inevitável

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  3. Os poetas não precisam, nem querem, credibilidade.
    Eles sabem que nós sabemos que são fingidores.
    Neste caso concreto, é tão evidente que o poeta mente...ou melhor, desculpa a sua solidão dizendo preferir o que não prefere.
    ( Só se fosse o papagaio. Fala, mas só o que ouve)
    Este poeta, como qualquer poeta, tem o seu próprio arco-íris mesmo em dias sem chuva, por isso se levanta em paz e, também, porque se deitou em pé-de-guerra. Não literalmente, óbvio. :)

    A foto, de uma casa exposta ao sol ardente, dá-nos a dimensão das opções do poeta: A Luz e a Sombra, sempre juntas e indissociáveis...
    A sombra, reflectida na parede e persiana da janela, parece-me a ramagem de um 'chorão'. Conhece essa árvore de ramos pendentes?

    Um abraço.
    Que o seu dia seja muito bom, de preferência sem macacada!

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    1. Os seus comentários são sempre muito completos e analisam em pormenor o sentido dos textos, para o autor são até, por vezes, uma descoberta do que deixou escrito.
      A janela da foto está emparedada mas pintada por cima dos tijolos, é uma casa abandonada, como vai havendo muito. Sim, sei o que é um Chorão mas acho que as sombras são de plantas selvagens.
      Veremos como corre o dia, macacada há quase todos os dias basta ver as notícias.
      Muito Obrigado, um abraço.

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  4. "Quanto mais lido com as «pessoas» mais gosto dos animais ! A escrita e a leitura são, na realidade, um bom refúgio !

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  5. Se eu fosse poeta
    erguer-me-ia todos os dias
    com o grito na voz

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  6. Hay personas, que merecen estar en tu vida, por ser excelentes personas. No se trata de tener un gran número de amigos, se trata de rodearte de amigos fieles y de buenas cualidades humanas. Con tan sólo estar rodeados de unos cuantos de ellos, siempre tendrás un buen apoyo en ellos...hay personas que merecen la pena llegar a conocer.

    Besos

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    1. Estoy de acuerdo en que hay gente que vale la pena conocer. Un abrazo.

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  7. Apreciando o valor da sua própria companhia, sem amarras de nenhuma espécie, o poeta percorre livremente os jardins dos sentimentos.

    A foto é muito bela, uma casa abandonada com a vegetação a nascer no telhado destruído pelo tempo. Imagem de um mundo que partiu e no entanto a vida resplandece nos escombros que as ervas vão invadindo.

    Gostei muito do poema e da foto

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    1. Saúdo a sua visita e gostei do seu comentário, aguardo novas visitas e o enriquecimento para este blog que serão os escritos que aqui deixar. Muito Obrigado.

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  8. Gostei bastante deste poema.
    Espero que não me leve a mal, mas aqui deixo um, que dediquei também aos Poetas, em geral.

    A quietude das águas

    O poeta chegou em Março, com o frio e a neve ainda no sangue.
    Pediram-lhe que falasse da quietude das águas. Ele sorriu, porque sabia que do sossego nada sabia. Nele, só existiam inquietações e tormentas.
    O poeta olhou o céu e sentiu frio. Foi nessa altura que se olhou, já de pé, num banco de pedra. E falou do choro dos outros.
    Alguns repararam que o poeta estava completamente nu.

    ©Piedade Araújo Sol 2009-03-17

    Abraço
    :)

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    1. Gostei muito do seu poema, que agradeço, é muito inspirador e da família do que aqui publiquei.
      Um

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