Foto do autor do texto



Oração como se fosse crente 


Deixa-me esconder a minha vergonha 

entre os Teus lábios 

entre os Teus braços 

entre a Tua compreensão 

como se fosse crente e Teu amante. 


Deixa-me esconder a minha vergonha 

pois a famosa mão da história 

há-de desancar-nos a todos nós 

os que acreditámos no que nos contaram 

que Tu eras a nossa última vida. 


Deixa-me esconder a minha vergonha 

como se acreditasse que a pureza fosse

a Tua imagem e os nossos cânticos 

como se Tu teres sido uma mentira 

nos espantasse. 


Mas antes deixa-me passear 

por entre as alfazemas 

até o cansaço me derrubar ___

___ depois podemos ir.




8 comentários:

  1. A oração de nós mesmos, dent4o da nossa ausência

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  2. Caminhar por entre as alfazemas até a fadiga me agarrar é, exactamente, o que me apetece fazer nesta sexta-feira cinzenta e fria ‼ Fotografia inspiradora 💛

    Embora gostasse de ler a POESIA de hoje __ o diálogo a sós comigo mesma é um outro ‼

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    1. Um dia cinzento acolhe em nós outro tipo de pensamentos, saibamos aproveitar esse estado de espírito com papel e lápis.

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  3. Há muitas crenças sem serem de cariz religioso, pelo que encaro esta "Oração" incluída num outro tipo de crença...Em alguém, uma mulher, por exemplo. Seja como for, gostei muito da 'reza' e da fotografia, que é como que um caminho em direcção ao odor da alfazema, do rosmaninho, ou, de um perfume de Mulher.
    Como sempre, tudo muito bem sintonizado e agradável, ao olhar, ao sentimento e aos sentidos.
    Parabéns!

    Um abraço.

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    1. Um agradável comentário que abre perspectivas para uma interpretação mais terrena, curiosamente possível neste texto, mas mais fantasiosa o que é bem possível nos textos que aqui deixo. É satisfatório para o autor merecer o seu último parágrafo.
      Um agradecimento, saúde, um abraço.

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  4. Podemos não ser crentes mas inventarmos as nossas próprias orações.
    Eu invento-as.
    Esta até é um bela oração.
    Abraço amigo Poeta/Pintor
    :)

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