Quarenta anos no passado
Quarenta anos depois
tomei a aventura de passar na rua da tua casa
tinha uma porta verde com vidros
pelos quais via a luz entusiasta da tua vida
a tua silhueta na abertura do bem-estar.
Quarenta anos depois
o murmúrio que escutava naquela rua
era agora o diálogo dos motores
e as vozes desgarradas da agitação.
Quarenta anos depois
a tua porta do bem-estar ainda lá estava
mas os vidros não suportaram
a falta da luminosidade e renderam-se.
Quarenta anos depois
apenas num instante um rio de angústia
fez leito na tua rua em homenagem
e levou o nosso desencontro.
Quarenta anos depois
em breve a demolição e apenas num gesto
construir-se-à naquele lugar
o vazio da memória doente.
Foto do autor do texto
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Olá Luis!
ResponderEliminarDevagarinho, muito devagarinho vamos regressar ao nosso dialogo sobre poesia e arte.
Para já digo simplesmente que adorei a porta.
Do poema também gostei, embora seja muito triste contruir naquele lugar "o vazio da memória doente"
TERESA PALMIRA HOFFBAUER
Saúdo o seu regresso. Espero que tenha acompanhado as publicações anteriores.
EliminarNão, não acompanhei. Entrei ontem pela primeira vez na net, desde a minha ausência.
EliminarEm breve, regresso com a energia de sempre.
Gosto realmente do poema, embora passado quarenta anos só me lembraria da porta, nunca do rosto dele. Ao que eu chamaria "o vazio da memória"
TERESA PALMIRA HOFFBAUER
O passado que nos assombra e desilude
ResponderEliminarO passado que cresce todos os dias.
EliminarHá em todo o ser humano, creio, uma quase mórbida necessidade de voltar aos lugares onde já foi feliz.
ResponderEliminarMesmo sabendo, de antemão, que só iremos encontrar as ruínas de um passado distante.
A rendição à realidade é dolorosa.
Um poema muito belo no seu desencanto sofrido.
A foto ilustra as palavras ou vice-versa.
Um abraço.
A atracção pelo abismo como se fosse necessária a autoflagelação.
EliminarAgradeço as palavras simpáticas à minha publicação de hoje.
Um abraço.
FIQUEI COMPLETAMENTE FASCINADA POR ESSA PORTA CUJOS"VIDROS NÃO SUPORTARAM/ A FALTA DE LUMINOSIDADE E RENDERAM-SE".
ResponderEliminarNADA ATRÁS LHE FICOU O TEXTO POÉTICO, QUE IGUALMENTE ME PRENDEU.
FORTE ABRAÇO, L.
EliminarÉ COMPENSADOR QUANDO AS PUBLICAÇÕES DIZEM ALGUMA COISA QUE TOCA OS LEITORES.
MUITO OBRIGADO
UM ABRAÇO
Nada é eterno e 40 anos é muito tempo. Poema fascinante. Foto que exala doce poesia.
ResponderEliminar.
Feliz fim de semana … cumprimentos
.
.
O tempo esgota-se. Obrigado.
EliminarBom fim de semana
40 anos fazem estragos, nos lugares e na memória.
ResponderEliminarFoto e poema em perfeita sintonia.
Um abraço!
Em quarenta anos perde-se o rasto.
EliminarObrigado.
Um abraço.
Por isso
ResponderEliminaraqui visto
e lido
deixei de contar o tempo
mas dei comigo pensando
se seria assim, tão triste
voltar às ruas do meu passado
Quando voltamos atrás podemos ter surpresas.
EliminarQuarenta anos de passado... lembrados num magnífico poema.
ResponderEliminarBeijo, boa semana.
O saco das memórias.
EliminarObrigado.
Um abraço.