Dá-me água do teu copo

Com que direito me negas

que beba água do teu copo

se sempre te ofereci as palavras

de que tinhas sede? 

Que mistério este quando coloco

as minhas palavras sobre a noite, 

sobre a tua presença, 

sobre o fim dos dias

e nos campos nada floresce. 

Quando me negas a água do teu copo, 

levo-me então a mim próprio 

de mão dada enquanto criança 

e afasto-me do abandono impiedoso

com o qual todos estão de acordo

e caminho pela aspereza

da paisagem não humana.