Na despedida a música
A carência dos dias
a lenta e inexorável amargura
a chuva, o nevoeiro, a chuva, o nevoeiro
intermináveis
as mãos rendilhadas
uma colher vazia
as línguas frias
as variações musicais
sobre um romance inacabado
um fio de esperança nas palavras
no silêncio de agora.
As esplanadas
os quiosques
os urinóis de Paris
como arte ou monumento fúnebre
o frio das noites de Agosto
da minha juventude
Les Chats Sauvages
e Charles o cantor
nas tardes desse tempo.
A chuva, o nevoeiro, a chuva, o nevoeiro
intermináveis
nos dias deste tempo, a música
o perdão que peço a mim próprio
a despedida.
Foto de blog Viver Paris
ResponderEliminarBoa! Um tríptico, como eu gosto! 😊
A canção conheço-a mas numa versão inglesa e de título "Sealed with a kiss".
Já imenso tempo que não a ouvia e por isso senti no fundo da barriga uma espécie de nostalgia.
A foto, pelo que entendi, é de um urinol, uma relíquia única em Paris.
O texto...
Com esta música e esta fotografia, o texto está perfeitamente bem "vestido", enquadrando o tempo e o significado de tanta amargura.
O passado já lá vai, resta-nos o hoje para sonharmos com o futuro.
Boa noite 🌙
O passado desperta a nossa nostalgia. A foto é um urinol de Paris, hoje já não existem. Paris, uma grande aventura.
EliminarObrigado, um abraço, boa noite.
Existe esse, ou pelo menos em 2017 ainda existia esse.
EliminarFui confirmar ao Google Fotos, AQUI e AQUI.
Curioso, obrigado.
EliminarFica a minha incerteza
ResponderEliminarDe tendo pedido perdão
Se te perdoaste ou não
Há coisas em que estivemos que não nos perdoamos.
EliminarE já somos dois!
Eliminar👍
EliminarO frio das noites de Agosto também se sente em Düsseldorf e, nem a música dos gatos selvagens aqueceu os meus pés.
ResponderEliminarO urinol ainda deve ser do tempo em que os alemães ocuparam Paris.
Um romance inacabado faz-me certa impressão.
Mas no fundo — amar é sofrer em poesia.
De despedida que não é.
Entendida a nostalgia que quis deixar no texto, há um certo fascínio na tristeza e na decadência.
EliminarPublicação de nostalgia pura, porém, um estado nostálgico para muito poucos que visitam este blog, uma vez que nunca dançaram ao som de 'Les Dernier Baiser'...
ResponderEliminarRecordo o Conjunto - como se dizia na altura - d'Os Gatos Selvagens', assim como recordo o Conjunto João Paulo (lembra-se de La Nuit?) e o inesquecível Sérgio Borges na sua continuação posterior a solo, pelo mundo das canções.
Assim como recordo Os Conchas e tantos outros Grupos musicais dos anos 60...tantos, tantos!!
Hoje, não me sinto predisposta a entristecer-me com lembranças nem com auto-pedidos de perdão...veja só que até sinto preguiça em lhe trazer links directos.
Temos dias para tudo, né?
Há dias pra tudo.
Fique bem e tenha um bom dia.
Lembro-me de tudo o que referiu.
EliminarHá dias para tudo, concordo.
Obrigado e um bom dia também para si.
A nostalgia, ou a saudade da juventude.
ResponderEliminarA saudade de um tempo que ficou.
Mas recordar é reviver um pouco.
E que sejam boas as recordações.
Continuação de uma boa semana com paz e saúde.
:)
Boas recordações pelo meio de outras não tão boas.
EliminarSaúde, um abraço.