Carrego-te
Carrego-te às costas
desde que dei conta de mim.
Diria que houve sempre um tumulto
no teu olhar assustado
e eu com pedras na boca
sempre convivi com a chuva
nos meus dias de sol.
Ainda hoje te carrego às costas
como um sentença
ditada por ti própria,
sempre serei um filho ajoujado
de joelhos silenciosos.
Hoje fujo para Sintra
e não te levo comigo.