Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Até não haver memória
Morro nestas águas e ressuscito
assim me mato, assim me salvo
e por muito que esbraceje
nada me salva e tudo me salva
se não esbracejar e morrer
de mim nascerá o outro, a salvo
com o peito cheio de ar
para mergulhar de novo
para morrer de novo
e de novo se salvar
numa multiplicação infinda e absurda
de vidas sobrepostas
a que dou os nomes de
paisagem
desterro
mariposa
ilha
pânico
até não haver mais memória
de como se nasce
de como se morre
de como se passeia de mão dada.
Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Há paz nos meus olhos, quando contemplo o reflexo das árvores nas águas, possivelmente de um rio.
ResponderEliminarExtraordinária fotografia lembra a beleza das pinturas de Monet.
A análise do poema fica para amanhã.
Boa noite 🌙
A análise do texto fica para amanhã, como num filme de "suspense".
EliminarA memória será a penúltima ideia a desaparecer do universo
ResponderEliminarAntes do tempo
A memória desaparece com cada homem que desaparece.
EliminarBom dia, Luís!
ResponderEliminarHoje, deixo um louvor muito especial à primeira fotografia.
Mas... onde houver água pode haver agitação e torvar a clara imagem desses velhos troncos e ramos sem ramagens.
A última foto, foi onde os meus olhos descansaram...
O texto, pois é um bonito texto poético, em que o autor premeia, no final do mesmo, a foto em que os ramos das árvores se enlaçam, criando um lugar idílico para um passeio de mãos dadas. Um postal lindo a ser guardado na memória...enquanto houver memória...
Um abraço.
Também acho as fotografias muito inspiradoras, nostálgicas até. Enquanto houver memória, a nossa memória, poderemos reviver o passado com os momentos que hoje são saudade, um exercício arriscado pois nos lança numa tristeza desejada.
EliminarUm abraço.
Luís, peço-lhe desculpa, antecipada, pois já sei que vai ficar amuado ou incomodado. Paciência!
EliminarPergunto-lhe: porque razão o Luís não responde às saudações de quem o visita, na sua casa, e nunca trata os seus visitantes pelo seu nome? Seja o nome verdadeiro ou pseudónimo, é um nome...
Hoje, por exemplo, eu gostaria muito de ter chegado aqui e ter lido, a encabeçar a sua resposta, esta simples saudação de boas-vindas: "Bom dia, Janita."
Porque responde sempre de forma distanciada e distanciando quem aqui vem de braços abertos?
Pronto, disse e fica dito!
Obrigada.
Faço por ser grato para quem me deixa comentários, julgo até que a delicadeza é uma obrigação de cada um de nós, faço por isso. No entanto, é difícil para mim corresponder a todas as expectativas de quem tem a amabilidade de falar comigo. Neste caso concreto, que cita, é um pormenor, tenho o meu estilo que, decerto, será diferente do seu e o seu diferente do meu, como já constatámos ao longo deste tempo de prática "globeira".
EliminarVou então proceder conforme deseja
Bom Dia Janita, como está?
E, tome nota, não fico nada incomodado, agradeço até a oportunidade que me deu de me explicar.
E pronto, espero ter correspondido à sua expectativa.
Um abraço de consideração e apreço pela sua fiel presença.
Agora, quem ficou sem jeito fui eu. Há décadas que não sentia as faces ficarem ruborizadas, agora estou vermelha que nem um tomate, e o pior, é que não encontro explicação para este rubor.
EliminarBem, Luís, a sua resposta excedeu as minhas expectativas...Espero que a nossa amizade virtual não tenha ficado beliscada.
Obrigada.
Outro abraço.
Tudo maravilhoso como dantes. O rubor é bom sinal, o sangue a circular neste nosso espaço de materialidade tão complexo. Estamos vivos.
EliminarObrigado
Um abraço.
O poeta vacila entre os tons castanhos da primeira fotografia e os tons verdes da outra — entre a morte e a salvação.
ResponderEliminarMãos que nos seguram
Mãos que nos protegem
Mãos que nos conduzem
Mãos que nos largam
De mão dada connosco, com os outros, com o mundo 🌎
E eis um interessante comentário que confere ao texto publicado uma dimensão que o completa.
EliminarUm abraço.
Morir a la vida, para luego de nuevo renacer.
ResponderEliminarBesos
Sería una gran idea. Un abrazo.
Eliminar