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Sem recuo
Herdei do meu pai
este desejo de clausura ou
na verdade ___ esta conformação
esta fuga à loucura
do ramo da insensatez
para preservar a loucura
do ramo da lucidez.
Os dias de sons e conversas
triviais ___ com musgo
a vida encerrada
entre páginas de livros
com a música sobre as trevas,
na liberdade desse encerramento
sou ___ apenas uma palavra.
Esta é a liberdade antiga
de quem é velho
mais velho do que o meu pai,
estive no primeiro Vilar de Mouros.
Um livro, uma boa música, um bom filme, escrever aquilo que nos vai na alma, são sempre uma boa clausura !
ResponderEliminarEssa é uma prática que nos salva.
EliminarAs últimas palavras deste seu texto, dizem-nos que nem sempre foi como é hoje: amante da clausura.
ResponderEliminarSe já fez o seu percurso por entre a multidão é natural que o isolamento lhe saiba bem para recordar o passado em paz consigo mesmo.
Recuar para quê?
Um abraço.
Boa noite, bons sonhos.
Foram outros tempos, outros encantamentos.
EliminarObrigado, Boa noite.
O passado doma nos e aterroriza
ResponderEliminarCertos momentos, sim.
EliminarEste poema parece estar em contradição com a ideia que formei do poeta, que me tem parecido um espirito livre, inquieto, ávido de cultura, de viagens e amante da liberdade. Desejos de clausura? Não se conjugam mesmo.
ResponderEliminarUma persiana fechada sempre desperta a minha imaginação e curiosidade.
Abraço e saúde
Tudo isso que referiu é possível numa mesma pessoa, mesmo em clausura, a clausura tem muitas formas de ser praticada. Até viajar, desde que sozinho, pode ser uma forma de clausura, metafóricamente.
EliminarObrigado, saúde, um abraço também.
Sei por experiência própria, que tudo a que a Elvira se referiu é possível numa mesma pessoa.
EliminarViajar sozinha, visitar um museu sozinha, assistir a uma peça de teatro, de ópera, concerto, cinema sozinha é uma forma de clausura bem real, não metafórica.
Sempre tive essa ideia.
EliminarCada um tem seu jeito de ver e sentir as coisas e todos são válidos. Eu não me sinto enclausurada, mesmo que sozinha em casa, se tiver nas mãos um bom livro, ou no ar uma boa música.
EliminarEu também não me sinto enclausurada quando estou sozinha; sinto descontraída.
EliminarNa aparência
ResponderEliminartodos temos a liberdade de escolhermos
a forma de viver o mundo
eu escolhi a janela escancarada
eu escolhi a rua, a esplanada
onde há muito não vou
Aquele melro com quem falava
já me censurou
Ser velho é uma boa inevitabilidade
Concordo, mas como disse antes, a clausura pode não ter a interpretação monástica apenas, ou seja, referir-se ao lugar onde se tem o corpo.
EliminarSer velho pode ser "um velho amigo", "um velho sábio" ou apenas alguém que conquistou uma parte do futuro, a sua parte.
Não sei, se herdei do meu pai este desejo de clausura.
ResponderEliminarSei sim, que correr a persiana é uma maneira de sacudir a poeira quotidiana.
Eu, mulher muitíssimo comunicativa, mesmo assim, preciso momentos de retiro desde tenra idade.
Compreendo.
EliminarJá eu, herdei da minha mãe este desejo de clausura...
ResponderEliminarNão me faltem livros, filmes e música e não darei por ela.
Beijo Luis, boa semana.
Eu tomo a mesma receita.
EliminarUm abraço.