Foto do autor do texto
A reza do desespero
E agora que farei
com os dias que me sobram?
Agora que tudo me cai
destes bolsos rotos ___
___ até os dedos se me vão
outrora dedos másculos
criadores do céu e da terra
têm agora a missão
de serem cuspidos
para virar as páginas
dos dias que me sobram.
E na minha falta de fé
pratico uma reza antiga
herdada de um sacerdote
íntimo dos deuses
Arium porium cantanorunpum
et de cagaliotus esd
que me dará inspiração e meios
para os dias que me sobram ___
___ e a vida se inclinará sobre mim.
É certo!
Desespero e falta de perspetiva,
ResponderEliminarMatam aos poucos
É a antecâmara da desgraça.
EliminarIa eu balanceado
ResponderEliminarnessa escalada de desespero
quando tropeço, ai de mim
na minha ignorância
de latim
Tal como o autor, reza sem saber o quê.
EliminarNão te preocupes, Rogério; também eu tropecei nesta linguagem (escatológica?) dos íntimos dos deuses que só o autor conhecerá...
EliminarNem eu sei quem disse ou escreveu, nem o seu significado.
EliminarQuando a luz brinca nas fotografias, penso que o fotógrafo é o mais novo da família — desta vez enganei-me.
ResponderEliminarTalvez também me engane ao dizer que a citação latina é de Sallust: De Coniuratio Catilinae.
Os dias que me sobram de férias são poucos.
E eu sei o que fazer com os dias que me sobram.
Quanto à frase em latim, desconheço o seu autor e também desconheço o seu significado.
EliminarAproveite os dias que faltam, pelos documentos que publicou vê-se que tem valido a pena.
Ou o autor cose os bolsos e mantém em segurança
ResponderEliminaros seus teres e haveres,
que neles lhe cabem,
ou arranja uma esponja húmida
onde irá molhando o indicador e o polegar
para virar as páginas dos livros
e manter a masculidade intacta
onde todos sabem.
Há quem invente palavras,
há quem nas performances circences
trapezísticas, grite: "E, agora, mais difícil ainda"
e execute um arriscado e elaboradíssimo triplo salto mortal.
Porém, e mais difícil ainda, é inventar expressões em Latim, que não serão de todo intraduzíveis.
Eu, - que sou sempre mais eu - tenho uma tradução para Português, mas não a divulgarei pois incorro na pena de ser julgada e condenada em praça pública...
Esta foto é, para mim, mais enigmática do que o texto, em jeito de lamento.
Um abraço e bom Domingo! :)
O seu comentário de hoje é muito criativo, interessante e divertido. Quanto aos conselhos da primeira parte não direi nada mas vou tomar em consideração.
EliminarA segunda parte está muito bem observada, como já disse anteriormente, a frase é de autor desconhecido e também não conheço o significado, poderia partilhar connosco a tradução que acha possível e assim enriquecer a publicação de hoje.
A foto é enigmática, a condizer com o texto.
Obrigado por este comentário.
Bom domingo, um abraço.
Se me dá o seu consentimento, então eu faço a tradução.
EliminarMas vai ter de assumir o compromisso de ficar do meu lado se acaso alguém vier dizer cobras e lagartos de mim, ou, no mínimo. chamar-me mal educada.
"Arium porium cantanorunpum et de cagaliotus esd", significa isto.
"Arre, porra, cantam pimbas cagalhotos, e todos lhes fazem vénias, quem dá cabo dos neurónios, anda de bolsos rotos"
Tão simples como isto, embora, a seguir às vénias, seja a coisa de minha autoria. :-)
Achei muita piada, ainda estou a rir-me. Acho que todos os leitores vão achar graça, não precisa de defesa. É isto que dá a este lugar alguma originalidade, é a colaboração dos leitores.
EliminarSó posso agradecer.
Um abraço.
Por muchas cosas que se puedan perder, perder la esperanza, es lo que hay que procurar siempre, no perder.
ResponderEliminarBesos
Creo en el futuro, aunque el vislumbre esté lleno de dificultades. Un abrazo.
EliminarO poema começa por traduzir um lamento e, de repente, brinda-nos com uma inesperada provocação.
ResponderEliminarConfesso-me apanhada na armadilha :) Corri para o Google em busca de alhos porros, cantatas e cagalhotos... coisas próprias dos íntimos dos deuses que só a nossa humana sensibilidade saberá desencriptar :)
Belíssima, a fotografia!
Forte abraço, L.
Também o seu comentário me fez rir e muito. Acho que hoje, afinal, a publicação criou alguma boa disposição, eu, por mim, estou a divertir-me.
EliminarSó posso agradecer-lhe a colaboração e dar-lhe um abraço.
Numa manha de domingo caiu bem essa diversão que leio no poema e nos comentários,
ResponderEliminarnem precisei recorrer ao google para tradução_ e é de fato um desespero essa reza L
Prossigamos nos divertindo 'nos dias que nos sobram' antes que a vida caia sobre nós, amigo
Obrigada pela foto que ilumina nossos olhares , apesar das distâncias entre mares.
abraço e boa semana
Gostei muito do seu afectuoso comentário, fico contente por ter gostado do caminho espirituoso que a publicação suscitou junto dos leitores. Também para mim foi um contentamento.
EliminarBoa semana, um abraço.
Gosto muito da foto, que me parece em contradição com o poema. Nela vejo tons avermelhados que associo ao calor, e os tom branco do fundo, que me lembra a paz, bem como a luz que a ilumina e me fala de esperança e da própria vida.
ResponderEliminarEm contrapartida o poema é um lamento desesperado de quem não aceita as transformações que a vida trás a todos nós. pelo menos é a minha interpretação.
E bem eu não sei o que a reza significa, apenas entendo o português e mesmo esse mal e porcamente. Fico-me pelas interpretações que os comentadores anteriores fizeram.
Abraço e saúde
É sempre importante saber qual a interpretação dos leitores, o que eles pensam sobre o texto e a imagem, por isso gostei do seu comentário, entendo a sua opinião sobre a publicação. Agradeço a atenção que dedicou ao momento de hoje.
EliminarSaúde, um abraço.