Foto do autor do texto
Ainda és tu
Um raio de sol
escolheu a minha casa
hoje
o mesmo sol da tua casa
em Paris
reconheço-o
o mesmo que se submetia
à tua sombra
naquele tempo
em que ainda sabias
o meu nome
e tinhas a tua mão branca
sobre um livro
naquele tempo
em que amar um filho
era padecer de temor ___
___ e de alegria.
Um raio de sol
escolheu a minha casa
hoje
e não o reconheceste
nem ao meu nome
nem ao teu nome
e as tuas mãos brancas
agora são um romance
de uma só página.
Apenas um sorriso inexplicável
iluminou a tua sombra,
como se dissesses
está tudo resolvido na minha vida.
Paris, cidade onde por vezes as sombras ficam
ResponderEliminarE onde nós gostaríamos de ficar.
EliminarApesar do raio de sol que entra pelo corredor e da luz que inunda essa divisão da casa, lá ao fundo, há nesta foto uma frieza triste, inexplicável.
ResponderEliminarNão sei, (nem é isso que está aqui em causa), se se trata de uma Instituição, se é a casa do Autor, ou outra.
Falta-lhe aconchego...
Se esse raio de sol incidiu em alguém ou algo que a represente - uma foto, por exemplo - e, inexplicavelmente, houve a visão de um leve sorriso, qual Gioconda,
se tudo está resolvido...então, é deixar estar como está!
Só mais uma coisinha. Se acaso a vida do Autor, que morre de saudades de Paris, levasse uma reviravolta que o transportasse novamente a viver na Cidade Luz, será que a sua ingenuidade é tanta que o leva a pensar ir encontrar o mesmo ânimo e felicidade que um dia lá viveu?
Fica a pergunta.
Um abraço.
Eu penso que sim.
EliminarCom mais ânimo e felicidade, porque a Vida esclarece todas as Dúvidas.
Com a idade aprendemos a abraçar sombras com a mesma intensidade que abraçamos a Luz.
Uma mão sobre um livro... a rezar ou a confessar a Verdade. ( Bíblia )
Muito bonito é um romance de apenas uma página!
Como a confissão de um sentimento numa carta de Amor.
Anónimo/a.
EliminarEsta sua resposta a uma pergunta que foi feita a outra pessoa, embora eu não saiba quem está a responder, denota claramente uma intenção de influenciar a rsposta do Autor. Se bem que esta frase ... a rezar ou a confessar a Verdade. ( Bíblia ), -revele algum desconhecimento acerca das crenças do autor deste blogue.
Não quero desmerecer nada do que afirmou, é uma opinião que respeito. No entanto, aguardo que me seja dada a resposta por quem 'conheço' e deixei a pergunta, embora possa parecer que a mesma tenha ficado no ar...
Muito obrigada.
Faço minhas as palavras da anónima.
EliminarDigo anónima, porque somente há uma mulher que compreende a alma do poeta completamente.
Nós, leitoras, vagueamos em suposições…
Que eu saiba não vagueei em suposições - isso é mais contigo - nem afirmei nada.
EliminarFiz uma pergunta. É assim tão difícil perceber isso?
Publique este comentário, sem ver a tua resposta, Janita, senão não tinha publicado.
EliminarNÃO QUERO SARILHOS.
O meu comentário só diz respeito à anónima, que admiro.
O blog não aceita respostas uma a uma (estranho) por isso respondo aqui mencionando a quem respondo.
EliminarJanita (ao primeiro comentário)
Um raio de sol que entra por esta casa dentro, a instituição onde guardo tudo o que de material tem a minha memória, aceito que tenha todas as características que referiu.
O que se menciona no texto publicado é a circunstância de uma mãe ter perdido a memória, progressivamente de tudo até dela própria.
Não há regressos ao passado, mas Paris continua a existir, numa alma nostálgica.
Um abraço.
Anónimo (primeiro comentário)
Estou de acordo com tudo o que disse e que acrescenta poesia ao texto que publiquei. A vida quando temos mais idade esclarece "quase todas" as nossas dúvidas.
Obrigado pelo seu comentário.
Teresa (Ematejoca - primeiro comentário)
Haver alguém que compreenda esta alma nostálgica é, de facto, uma suposição.
No dia em que nos despimos ficam a conhecer a nossa nudez, depois o que teremos para dar?
Os dois comentários que se seguem da Janita e da Teresa são apenas o esclarecimento de um mal entendido.
Para esclarecer qualquer dúvida informo que a anónima ou anónimo que acima deixou um comentário, não é a anónima :) que melhor deveria conhecer a alma do poeta. Digo " deveria" porque, confesso, apesar de alguns anos de apurada investigação concluí que a alma do poeta é insondável !!!
ResponderEliminarAqui, neste particular, concordo inteiramente. E não só a alma deste poeta ou de qualquer outro poeta.
EliminarAté, nós, qualquer pessoa, nem a nossa alma conhecemos na maioria da vezes.
Alma, no meu entender, significa sentir. Uma alma inquieta desconhece, quase sempre, porque sente "isto" e não "aquilo"...
Desculpe, esta será a minha última intervenção.
Resposta à Janita
EliminarEstou de acordo. Quando chegamos a essa conclusão isso mostra que nos conhecemos a nós próprios.
Resposta à segunda Anónima
Confirmo que a primeira Anónima é mesmo Anónima para mim.
Quanto à revelação de que nem a segunda Anónima, depois de apurada investigação, concluiu que "a alma do poeta é insondavel" posso informar que assim que terminar a discussão do Orçamento de Estado ficarei disponível para colaborar na continuação da investigação.
Um beijo.
Ao analisar os vários comentários da anónima cheguei à conclusão que é alguém que conhece o poeta profundamente desde décadas. Não é um conhecimento virtual. Errar é humano e peço desculpa pela minha intromissão. Andar na blogosfera é um passatempo e não quero que se torne um pesadelo.
ResponderEliminarSerão sempre bem vindos os seus comentários, o interesse destes lugares é precisamente a troca de ideias, os equívocos, os enganos, as dúvidas, os enigmas. A sua participação, tal como a dos outros intervenientes é preciosa. Continuo a contar com todos.
EliminarAgradeço e retribuo o beijo . Tomei nota , com agrado, da disponibilidade do poeta para continuar a " ser investigado" !!! :)
ResponderEliminarEste "Ainda és Tu" poema é esplêndido e a fotografia, soberba.
ResponderEliminarCreio que a alma do poeta é sondável e que é dessa contínua auto sondagem que a maioria dos poemas lhe vai nascendo. Pelo menos, assim me acontece a mim, ainda que tendo por hábito apodar de Musa aquilo que julgo ser alma, memória, consciência e dedução/intuição
Forte abraço, L.
Agradeço a classificação que dá à publicação de hoje.
EliminarO seu comentário veio explicar bem sobre o que se passa com o nosso íntimo, até à mim me esclareceu sobre como explicar as palavras que saem da nossa imaginação.
Um abraço.
Hay que dejar entrar la luz, para que ilumine con ella el hogar.
ResponderEliminarBesos
Hay días con luz y días sin luz. Un abrazo.
EliminarGosto da foto que achei muito bonita, embora aquele corredor escuro em contraposição com a sala iluminada me deem uma sensação de isolamento e tristeza.
ResponderEliminarPerdoe-me se não comento o poema. Não tenho a certeza de o ter entendido.
Abraço e saúde
Importante é que tenha tocado a sua sensibilidade.
EliminarQuanto ao texto, cada um poderá interpretá-lo conforme a sua compreensão.
Obrigado, um abraço.
Se continua a contar com todos, voltarei.
ResponderEliminar" Ainda és tu", foi um poema que me tocou e simplesmente manifestei a minha opinião.
Como tantos outros poemas, mas que fico em silêncio.
O seu autor, que apenas conheço virtualmente... é um enigma para mim.
Daí o fascínio que me faz vir, noite após noite, ao encontro das suas palavras.
Embora sob anonimato, saiba que me sensibilizou este seu comentário. Conto com todos, sim, são a razão da minha presença diária aqui, com novas publicações. Fico contente por não lhe ser indiferente o que escrevo, é por isso que continuarei, pela boa receptividade dos meus visitantes.
EliminarPermita-me que lhe envie um abraço.
Não há raio de sol que consiga iluminar as memórias perdidas na sombra.
ResponderEliminarFoto magnífica!
Beijo.
O sol, de facto, nem sempre é suficiente.
EliminarUm abraço.
Belo Poema.
ResponderEliminarSensível e espectacular.
Um dia haverá um raio de sol a aquecer o corpo e o coração.
Basta acreditar.
A foto muito boa!
beijinhos
:)
Ficamos à espera que o sol se lembre de nós.
EliminarObrigado, um abraço.