Um lugar antigo ___ encerrado
Sonho-te em tempos de insónia
ou julgo que te sonho.
Sonho-te sempre ausente
em lugares vazios onde chego
onde outrora havia gente
onde fui vivo ___ contigo
há muitos anos
encontro aquelas portas altas
fechadas sobre o pó.
Um lugar onde a minha vida se fez
década sobre década
e tu estiveste naquele lugar
sobre uma nuvem que já era errante
desde há muito e culminou
naquele silêncio depois da revolução.
Subi a todos os andares
bati a todas as portas
ninguém resistiu.
Sonho-te em tempos de insónia
ou julgo que te sonho.
Às vezes penso que aquele lugar
nunca existiu
nem tu.
Sonhar o que achamos ser certo, mas se calhar nunca foi
ResponderEliminarAs nossas avaliações mudam ao longo da vida.
EliminarOs tempos de insónia são mundos de solidão.
ResponderEliminarSonhamos com tudo o que já possuímos, o que gostaríamos de ter possuído,
e, até, com o que nunca possuímos mesmo quando julgávamos possuir...
Um abraço e um bom dia.
O seu comentário de hoje, feito de trocadilhos curiosos, resume o que ocupa o nosso pensamento quando sonhamos acordados ou a dormir
EliminarBom Dia também para si e um abraço.
São belíssimos, aguarela e poema, L.
ResponderEliminarRaramente sonho esses sonhos adormecidos e também muito raramente tenho insónias, mas tempos houve em que as tinha e nunca concebi que o único homem que amei, dessa forma, pudesse não existir. Mas entendo perfeitamente que sou, também, o fruto de circunstâncias bastante incomuns.
Forte abraço!
Todos nós somos fruto das circunstâncias, só que o nosso lado criativo leva-nos à concepção de engenhos mentais parecidos com os sonhos.
EliminarSaúde, um abraço.
Acho que te referes
ResponderEliminarao que te referes
há muitos anos
encontras aquelas portas altas
fechadas sobre o pó.
Não as abro
não consigo
Mas tenho as chaves d´outro lado
Vem comigo
Já estamos a ir juntos... não sei se chegaremos a tempo.
EliminarO poema desta noite lembra-me uma pintura de René Magritte.sobre a existência ou não existência da pessoa com quem sonhamos.
ResponderEliminarA sua beleza é física ou interior?!
Uma pergunta que se desfaz em chuva como uma nuvem.
Interpreto os traços pretos da aguarela como pesadelos, não existência, NADA.
Os pedacinhos amarelos são o sol, a existência da mulher amada que acompanha o poeta há décadas.
Gostei muito da explicação que deu para o texto e a imagem, eu próprio vagueio pelas ideias que vai sugerindo na sua análise.
EliminarDe René Magritte gosto do quadro "os amantes" entre outros, claro.
Há lugares, que devem permanecer encerrados.
ResponderEliminarE sonhos, que não devem ser sonhados.
Beijo, boa noite.
Sim, em alguns casos é melhor deixar tudo como está.
EliminarBoa Noite, um abraço.
Si lo has soñado, durante el insomnio, lo más seguro que hayas soñado despierto.
ResponderEliminarBesos
Ahora estoy convencido de que soñé despierto, es decir, volví a visitar el pasado. Un abrazo.
EliminarCaro Poeta
ResponderEliminarjá comentei este poema e não sei para onde foi o comentário.
já o li e reli e de cada vez encontro sempre várias maneiras de o ler.
um belissimo poema.
um dos melhores que encontrei por aqui e tenho encontrado vários mesmo muito bons.
obrigada pelos momentos belos de poesia que aqui nos deixa.
;)