Fotos de Daniel Filipe Rodrigues
As ausências
o que são
Tomo as ausências
como intervalos na minha vida.
Quando acordo e há sol
o meu gato já lá está
debaixo dele à minha espera
o meu gato é o meu cofre de confissões
pego-lhe e afago-o
nesses momentos de intervalo
como os intervalos de um concerto
em que muitos aproveitam para tossir.
Tomo as ausências
como intervalos na minha vida
um ritual incómodo
uma rosa doente
uma boca larga de desejo
é tudo o que tenho.
Entretanto anoitece.
«Tomo as ausências
ResponderEliminarcomo intervalos na minha vida»
Como poderia eu?
Nas nossas idades os intervalos são maiores do que a programação.
EliminarAs ausências doem sempre muito mais que as presenças
ResponderEliminarIsso é verdade.
EliminarQuando temos um bichano para afagar, as ausências não doem tanto.
ResponderEliminarSão intervalos poéticos e rendilhados.
Fotografias belas como sempre.
É um recurso, preferível não haver intervalos.
EliminarOs intervalos são
ResponderEliminarmomentos só nosso.
Não tenho gato, mas aprecio o meus
silêncios.
Adorei ler.
Bjins
CatiahoAlc.
Saúdo a sua vinda e agradeço o seu comentário. Visitarei os seus vários blogs.
EliminarEu também não tenho gato.
Até à próxima.
Um abraço.
Na minha, as presenças é que são os pequeninos intervalos...
ResponderEliminarDormia com gatos quando era pequenina. Continuo, hoje, a dormir com a Mistral que nunca se levanta da cama antes de mim, nem que chova sol no quarto :)
Abraço, L.!
Acontece, de facto, os intervalos serem intermináveis mas, também acabamos por fazer dessa realidade um hábito. Há quem tenha uma vida intermitente, feita de retalhos, não sei o que será pior.
EliminarSaúde, um abraço.
Parece que el gato es tu buen compañero, que nunca te abandona y te hace una buena compañía.
ResponderEliminarBesos
Esto es toda mi imaginación, no tengo un gato. Un abrazo.
Eliminargosto de gatos e gostei do poema, assim como das fotos que fazem suporte ao poema.
ResponderEliminarparabéns ao filho e ao Pai.
Bom domingo
:)
Obrigado pelo elogio às fotos, vindo de quem se dedica à fotografia, é uma opinião de quem sabe.
EliminarUm abraço.
E apetece-me dizer-lhe que as pausas também são música... Muito belo o seu poema.
ResponderEliminarMuita saúde.
Um beijo.
Sim, também podem ser... outras vezes não.
EliminarObrigado, um abraço.
Olá, Luís!
ResponderEliminarAté parece que combinámos falar ambos em gatos...puro acaso do acaso. :)
Só que o meu malhadinho existe, o do Luís é inventado.
Quem nunca sofreu por uma ausência? Nesta nossa já longa existência, os intervalos já os dispensavamos nós bem.
Pelo menos eu, preferia que os meus intervalos, traduzidos em momentos de solidão e carência, nem sequer existissem.
Faz-me imensa impressão essas ruas de Veneza, onde creio o seu primogénito as captou. O facto de viver numa casa onde os barcos estacionam à porta como se fossem veículos automóveis, atemoriza-me que nem queira saber. Vá que um dioa preciso de ir a correr à farmácia ou à mercearia da esquina? Abria a porta e caía de borco na água. Ai, não... Veneza só para visitar e de fugida.
Bom resto deste Domingo já a ficar frescote.
Um abraço.
Intervalos, são o que temos, decerto, mais dia menos dia, isto se não contarmos com os intervalos dentro do decorrer do próprio programa.
EliminarO seu comentário com a nota de humor continua a ser bem sucedido.
A foto é em Copenhaga, também me faz uma certa impressão.
Esta fresco, sim, o inverno a entrar.
Um abraço.
Muito belo.
ResponderEliminarUma semana feliz
Fico contente com a sua apreciação.
EliminarBoa semana. Um abraço.
Os gostos não se discutem.
ResponderEliminarNÃO me canso de olhar a fotografia, que não podia ser de Veneza, porque a cidade italiana tem uma outra arquitetura.
Eu trocava a minha casa rodeada de árvores, por um apartamento rodeado de água em Copenhaga.
Isso és tu, Teresa, eu não!
EliminarPor isso, os gosto não estão sequer em discussão.
Conhecendo-te como conheço, uma pessoa que só está bem onde não está, passados dois dias voavas rápido para Düsseldorf.
Aliás, dizes isso mas é somente da boca pra fora. Gostas e muito da tua casinha rodeada de arvoredo...
Fica bem, sua intrometida.
Assisto contente à tertúlia que aqui tem lugar.
EliminarHaja mais participantes.
Um abraço para todos os que visitam e os que falam.
Não gosto de ausências, de intervalos, de perdas, de silêncios, de...
ResponderEliminarMas gosto, porque gosto, de ler belos poemas (como este) e admirar belas fotografias (como estas).
Beijo Luis, boa semana
Sempre simpática a sua apreciação destas publicações.
EliminarBoa semana também para si.
Um abraço.