Foto do autor do texto
Tomei lugar naquele silêncio
Era uma estrada longa ___ longa
aquele caminho
do quintal da minha infância
até ao muro que dava para o mundo
metade branco
metade céu,
eu falava baixo com o meu outro eu
não morras mãe
que o caminho é longo
para regressar.
Sentei-me naquele silêncio e chorei
até ouvir a minha mãe chamar-me.
Metade branco, metade céu, são também as cores da minha infância.
ResponderEliminarEstes textos do Luís, regressando ao passado distante da criança melancólica - que também eu era, por vezes, sem saber porquê - sempre me comovem e têm o condão de me trazer para mais perto desse menino...
No nosso quintal havia duas romãzeiras.
Um abraço com carinho.
Pobre de mim
Eliminara minha rua tinha fim
era um beco
nem quintal havia ali
nem árvore havia ali
o céu era cinzento,
todo inteiro
e o muro em frente
não era de cor diferente
Minha mãe ao partir
deixou-me um sorriso de confiança
e é ainda ele que me dá esperança
E hoje tenho uma janela
onde todas as manhãs o sol me beija
Sem quintal na infância mas compensado agora com uma janela para o Tejo.
EliminarRespondendo a Janita
EliminarTalvez estas recordações de infância sejam comuns a muitos da nossa geração.
No meu quintal havia uma nespereira.
Um abraço também.
O passado denso e mutável
ResponderEliminarO passado como ele foi, ainda assim com alguma saudade.
EliminarQue belos, poema e fotografia, L. !
ResponderEliminarNo quintal da nossa casa do Dafundo havia uma figueira e os meus tempos de silêncio, na casa do Dafundo, eram sempre de sonho e criatividade...
À casa, já a conhece. Sei que está habitada, mas não faço ideia de quem sejam os novos inquilinos ou proprietários.
Forte abraço!
Alguns de nós têm boas recordações do bocadinho de campo que era o nosso quintal.
EliminarEssa casa do Dafundo é maravilhosa.
Um abraço.
Sem romãzeiras, nespereira ou figueira … somente açucenas no pequeno jardim.
ResponderEliminarNaquele tempo não havia silêncios, nem choros, somente uma criança feliz.
Tanto o poema como a belíssima fotografia expressam saudade e nostalgia.
As nossas recordações de infância, com árvores de fruto ou sem elas, a nostalgia desse tempo em que tínhamos flores o tempo todo.
EliminarNo meu jardim, também pequeno, tenho ainda mais flores e árvores frondosas, verdes, calmantes.
EliminarIsso é um bem, um privilégio.
EliminarLonga é a estrada que nos separa da nossa infância, como longo seria o caminho que nos conduziria à nossa Mãe se acaso nos perdessemos dela na nossa meninice.
ResponderEliminarClaro que o texto é belo. Claro que a foto lhe faz justiça e nela se encaixa com primor.
Mas, pese embora o autor achar que a não referência a esse pormenor não seja um comentário satisfatório, não gosto de resumir os meus comentários salentando apenas o efeito visual e estético... Acho tão pouco...é quase como se os sentimentos tivessem sido absorvidos por essas palavras já tão corriqueiras.
Lamento, Luís, se defraudo as suas expectativas, mas não somos todos iguais...
Eu coloco acima de tudo a ternura que estes seus textos, referindo os tempos da inocência, me inspiram.
E é, por sentir agora, o mesmo que senti de madrugada, que volto a despedir-me de si com um abraço carinhoso.
PS- O dia quente e soalheiro que me levou a alguns trabalhos domésticos de arejamento da casa, tapetes e quejandos, foi o motivo porque só agora voltei ao seu espaço. :) Não foi má vontade, viu?
Os seus comentários são sempre satisfatórios e muito completos, como o de hoje. Não defrauda as minhas expectativas, basta a sua comparência aqui, mesmo com um comentário sumário, e o meu objectivo de fidelização dos meus leitores, está cumprido. Registo que a publicação de hoje tocou a sua sensibilidade.
EliminarCompreendo a necessidade das tarefas domésticas, também tenho essa incumbência, só que a sua ausência, não habitual, poderia ter alguma razão infeliz.
Muito Obrigado pelo belo comentário de hoje.
Um abraço.
Siempre tenemos en nuestra memoria nuestra niñez y los felices que éramos con nuestra familia...las preociupaciones aparecen cuando te haces mayor.
ResponderEliminarBeso
Siempre guardamos nuestros recuerdos. Un abrazo.
EliminarUm belo poema ilustrado por uma belíssima foto.
ResponderEliminarDo quintal da minha casa, apenas via o rio umas vezes calmo e sereno, outras vezes levantando-se furioso em altas ondas. Não havia outra casa a menos de 500 metros.
Abraço, saúde e boa semana
As casas que foram as nossas casa, para sempre na nossa memória, tão grandes que eram nesse tempo, nós crescemos e elas ficaram mais pequenas.
EliminarBoa semana, um abraço.
Que estranho! Ao ver a foto lembrei-me logo da minha infãncia.
ResponderEliminarA casa parece a da minha avó.
Mas, ao ler o poema, meu caro amigo, perdoe mas fiquei tão comovia que uma lágrima rebelde teima em cair dos meus olhos.
No entanto gostei da foto e do poema.
Beijinho amigo.
:(
Para o autor tem muito significado que se tenha comovido. Só posso agradecer-lhe a sinceridade.
EliminarUm abraço.
Ressalvo !
Eliminarquis escrever comovida e não comovia.
:)
Mas compreendi apesar do seu engano.
EliminarObrigado.