Disfarçando o medo
Fico em luz abafada
ouvindo um solo de jazz
___ lento
com vozes sem palavras
um cântico ___ afinal.
Que vida estranha esta
em que o sossego
são as flores a murcharem
o que conta é ter de viver
com os pés num fio
e ter de chegar ao fim do equilíbrio
com os pés enormes
e os órgãos intocados.
Que vida estranha esta em que falo
enganando-me nas sílabas
e rindo-me como um insulto
para disfarçar o medo.
O medo é uma coisa inerente ao respirar
ResponderEliminarO medo condiciona o ser humano.
EliminarGostei muito e identifiquei-me nas suas palavras e nas entrelinhas da mensagem em forma de poema.
ResponderEliminarUm abraço 🤗
Agradeço a sua visita e o seu simpático comentário.
EliminarUm abraço.
Triste, muito triste é que "o sossego" seja, efectivamente "as flores a murcharem", e que tenhamos de viver cada dia no equilíbrio de um fio, sobretudo quando os pés nos incham por insuficiência cardíaca, L....
ResponderEliminarEm compensação, a mancha de cor é tão bela, que quase lha invejo :)
Forte abraço!
É um prazer para o autor que tenha havido identificação com o texto, que a mensagem tenha passado.
EliminarObrigado.
Saúde, um abraço.
Do círculo onde eu vejo o mundo … sai uma mão em prece.
ResponderEliminarQue medo que eu tenho de não compreender a prece do POETA.
Perdendo-me no meu próprio medo … no meu caos interior.
Crucificar-me em minha imensa DOR!…
A dor é latente em todos nós, por vezes adormecida, por vezes agreste atormentando-nos. Sei que encontrará no texto alguma mensagem mesmo que diferente da ideia do autor.
EliminarMe lo imagino y también quisiera hacer ahora lo mismo que has hecho tú...en algún momento del día seuguro que lo voy a hacer.
ResponderEliminarBesos
Tendrás tu oportunidad, el tiempo del que disponemos es suficiente para todo siempre y cuando esté bien gestionado. Un abrazo.
EliminarCaro Poeta/Pintor
ResponderEliminarGostei do poema,acho que no fundo todos temos medo de algo, e eu por vezes digo, que o que é mais duro é sentir medo do próprio medo.
Tenho alguns poemas meus que falam do medo e dos medos.
Peço desculpa de usar o seu espaço, mas aqui lhe deixo um poema meu que fala também de medo.
O MEDO
É à noite que carrego meus medos,
densos, com cores fortes que me desmaiam o ver.
Nessas alturas, reverto-os
e crio um esboço, unicamente meu.
Olho as estrelas
que, com a sua minúscula luminosidade,
me trazem sons de uma melodia ilusória,
e que, embora inaudíveis,
chegam para me tornar um sorriso.
Por vezes, o medo é
somente um espectro com cores
que não me atrapalham
e que consigo afugentar
da minha retina.
Um dia, tentei pintar o medo.
Ele olhou-me e ciciou-me
com um esgar de repúdio:
- o medo não se pinta.
E eu sei que o medo não se pinta
mas o pincel rodopiou
e dele transbordaram cores e cores
Cores
Sabes?!
Eu sei!
O medo não se pinta
Mas eu pinto-o
para ele não tomar conta de mim
nem do desenho do meu
VER
© Piedade Araújo Sol 2014-05-26
Boa semana com muita paz e tranquilidade.
:)
Agradeço muito a simpatia de me ter revelado este seu poema, extenso e cheio de significado, acolhi-o com gosto.
EliminarSaúde, um abraço.