É só pedirem


Aprendi a esconder o olhar

aprendi a calar as palavras

aprendi a respirar devagar

aprendi a dominar as mãos 

aprendi a ouvir tudo. 

Sento-me à porta da minha casa

com a bengala sobre os joelhos

vejo passar 

os cegos, os surdos e os mudos

e quando me pedem

dispo-me todo.



 

20 comentários:

  1. A arte requintada de oferecer aos leitores os efémeros frutos de uma vida artística e poética.

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    1. Estou sempre pronto para oferecer o que produzo assim queiram receber.

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    1. Por vezes é um voluntarismo involuntário.

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    2. Esta sua resposta, Luís, contraria a resposta que deu ao meu comentário.

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    3. A fonte atractiva inesgotável de um artista, reside não apenas na sua Obra,
      mas também nas suas contradições...

      Bom dia!

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    4. Eu, poço de contradições, embora não seja poeta.

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    5. Resposta ao comentário da Teresa "Esta sua resposta, Luís, contraria a resposta que deu ao meu comentário"
      Quantas vezes, perante uma situação, ninguém avança e somos nós que involuntariamente temos de actuar, ser voluntariosos.

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    6. E agora uma saudação à Teresa e à Janita porque encontraram explicação para as minhas aparentes contradições. Obrigado.

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  3. Eu estou a aprender:
    A calar certas palavras
    a respirar mais devagar
    a dominar o olhar crítico
    a ouvir e ver tudo com
    os ouvidos e os olhos
    do coração.

    Não me dispo nem para um cego, mesmo que me o peça!

    Um abraço

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    1. Ah, a aguarela ou pintura, é muito bonita.
      Ou ela não fosse alusiva à Mulher.
      Até o cipreste, sim. Porque não?

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    2. Aprecio estes seus comentários em colagem à publicação, valorizam e dão cor.
      Vejo que encontrou na imagem o elemento feminino que por vezes figura nas minhas pinturas.
      Um abraço.

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  4. Todos nós nos despimos quando na escrita, partilhamos com outros os sentimentos que nos povoam.
    E gosto da aguarela.
    Abraço e saúde

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    1. É certo que há muitas maneiras de nos despirmos, nem sempre é para mostrar o corpo.
      Saúde, um abraço.

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  5. Uma maneira subtil de se despir.
    É sempre assim, o Poeta está nu, só que os mortais nunca o veem assim.
    Adorei este poema.
    A tela está tão bem, e acompanha lindamente o poema.
    Boa semana.
    Beijsinhos
    :)

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    1. A nudez que exibimos quase sem pensar. Obrigado pelo seu comentário.
      Saúde, um abraço.

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    2. Poema lindíssimo e muito emocionante

      Beijinhos e uma boa noite.


      http://duasirmasmaduras.blogspot.com/

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    3. Agradeço a gentileza do seu comentário.
      Um abraço.

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