Foto de Daniel Filipe Rodrigues
O nosso vazio azul
O que resta depois
dos gestos sincopados
das mãos suadas
do vigor inicial
sem palavras?
Só suspiros ofegantes
o que resta é um deserto
cansado ___ então sim
repleto de palavras
a despropósito
as palavras desnecessárias
como se os dias não devessem
ser aconchegados
para resistirem
para continuarem a existir.
Salva-nos a lassidão
e o sono
ao mergulharmos
no nosso vazio azul.
Hoje pintei esse vazio azul
ResponderEliminarde um tom de que fala a canção
Ah eu já tentei
Mandar pintar o céu
Em tons de azul
P'ra ser original.
Só depois notei
Que azul já ele é
Houve alguém
Que teve ideia igual.
Eu não sei se hei-de fugir
Ou morder o anzol
Já não há nada de novo aqui
Debaixo do sol.
Já me persegui
Por becos e ruelas
De horror
Caminhos sem saída
Até que me perdi
Sozinha sem saber
De que côr
Pintar a minha vida
Eu não sei se hei-de fugir
Ou morder o anzol
Já não há nada de novo aqui
Debaixo do sol.
Eu não sei se hei-de fugir
Ou morder o anzol
Já não há nada de novo aqui
Debaixo do sol.
Rádio Macau - 2011. Também gosto. Obrigado.
ResponderEliminarUm cenário pós sexo?
ResponderEliminarAssim o parece
😊
Pode ser.
EliminarProfundo e com imensas interpretações e só te digo que:
ResponderEliminarNo céu azul para onde olho com esperança "as brancas nuvens negras, A verdade não é o que tu dizes é o que tu pensas" e eu penso em muita coisa mas sempre com o optimismo do qual não abro mão.
A foto para mim diz-me que é o reflexo do que queremos ver de nós próprios.
Parabéns para ti por esta reflexão!
Abraços e um bom domingo!
Gostei do texto deste comentário aproveitando o balanço do título do blog e dando uma possível interpretação da imagem. Manter o optimismo é um dom que pode ajudar ao percurso que temos de fazer.
EliminarObrigado, um abraço.
Todos poderíamos pintar o nosso vazio - a partir da imagem - da cor que mais nos agradasse, ou, nos dissesse.
ResponderEliminarO meu seria da cor do desespero, da súplica, do apelo. Enquanto o fotógrafo, qual fotojornalista, regista o momento.
É essa a sua missão. Não está ali para ajudar a salvar nada nem ninguém, para mostrar parcialidade, apenas para cumprir o seu objectivo profissional.
Desta vez, o texto ficou muito aquém daquilo que a mim a imagem me sugere.
Ficaria bem noutros gestos, noutras imagens. Não nesta.
Resumindo: Um braço estendido, de mão aberta, pode dar origem a muitas sombras e nenhuma reflecte a realidade.
Um abraço
É animador contar com os comentários interessantes dos meus leitores, é um contentamento constatar a atenção que é dedicada às minhas publicações, é o seu caso, que agradeço. O fotógrafo certamente lerá também o que disse sobre a imagem. Tomo em conta o que deixou escrito.
EliminarUm abraço.
Das minhas memórias, apenas dois vazios absolutos consigo repescar; um branco/intenso, outro negro, negro...
ResponderEliminarMas desse azul/azulão também afloram mãos e vultos brancos e negros e o seu poema surge-me como uma bela mas dorida memória de amor carnal ou como o cenário de um pós-batalha a que fisicamente sobreviveu...
Um forte abraço, L.
Muito bem analisado abrindo as interpretações possíveis.
EliminarMuito Obrigado, um abraço.
No vazio azul das minhas memórias …
ResponderEliminarLembro
Lembro
Lembro
Lembro-me de correr pelo meio das palavras …
O seu comentário é um poema. Guarde-o para o publicar no seu blog.
EliminarAh! Ah! Ah!
EliminarNa próxima publicação escrevo simplesmente:
Gostei de ler.
Beijinhos 💋
A minha ideia é que o seu comentário, pela sua qualidade, não devia ficar aqui escondido.
EliminarGostei de ler.
ResponderEliminarBoa semana. Beijinhos
Obrigado por ter vindo.
EliminarUm abraço.
O vazio não tem cor.
ResponderEliminarPodia ser de muitas cores.
Mas se eu pudesse escolher.
Sim!
Pintura o vazio de azul.
E
Assim talvez não fosse tão vazio!
Boa semana.
:)
O azul é contemplativo.
EliminarUm abraço.
No vazio azul apenas mergulho o olhar.
ResponderEliminarPor sinal, hoje, o meu vazio azul está salpicado de cinzento.
Beijo.
Todos temos os nossos momentos de vazio.
EliminarUm abraço.