Foto de Daniel Filipe Rodrigues



Poema da realidade impossível 

Uma vida entre duas guerras 

a morte em ensaios fatais 

e a vida a persistir ___

___ troquem as vossas vidas 

amem e odeiem do outro lado 

morram em vez dos outros 

morram pelos outros

basta os que são mortos pela natureza 

esta não é a nossa natureza 

mas afinal esta é a nossa natureza 


Gente da Ucússia e da Rurânia

matai-vos uns aos outros 

e deixem vivos os mentores ___ 

___ esta não é a vossa guerra 

enquanto rezam de joelhos 

dão-vos um tiro na nuca 


São iguais as vossas mãos 

uns e outros guardem as mãos 

nos bolsos da vossa carne 

ainda intacta 

fiquem silenciosos e imóveis

___ todos 

e os mandantes suicidar-se-ão

porque não suportarão o silêncio da culpa.




22 comentários:

  1. Parece ser a única saída possível, uma greve dos soldados...
    Excelente poema, os meus aplausos.
    Boa semana, caro amigo.
    Abraço.

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    1. Uma solução impossível.
      Muito Obrigado, Boa semana também para si.
      Um abraço.

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  2. Seria bom que todos se pusessem no lugar dos outros... "Amem e odeiem do outro lado. Morram em vez dos outros. Morram pelos outros". A mensagem é inspiradora. Mas o ódio já é demasiado...
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. O ódio continua a ser alimentado, matar o outro é o objectivo.
      Saúde, um abraço.

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  3. Que bom seria se "os mandantes" se suicidassem por não poderem suportar o "peso da culpa"...

    Belos, muito belos, fotografia e este POEMA DA REALIDADE IMPOSSÍVEL.

    Forte abraço, L.

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    1. Seria, mas esta é a realidade dos que morrem, a solução aqui sugerida é impossível.
      Um abraço.

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  4. Esta guerra não é de ninguém.
    É apenas e só dos senhores da guerra.
    Tanta tristeza, tanta dor e mortes, para quê?
    Mas eu sinto pena de ambos os povos, e no fundo sinto pena de todos nós.
    Boa semana.
    :)

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    1. Estou de acordo com a sua posição, não há bons de um lado e maus do outro, são todos maus, as vítimas são os povos.
      Um abraço.

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  5. Bato hoje à sua porta por uma questão de cortesia de boa vizinhança, sem trazer motivos que justifiquem a minha vinda.
    Apenas deixo o abraço habitual e o meu apreço pela magnífica foto do seu primogénito, Luís.

    Gostaria de o acompanhar, neste seu "Poema de uma realidade impossível", mas a sensação que me deixa é a da água que não mata a sede.
    Lamento que esta realidade, tão atroz e cruel, não lhe mereça palavras mais incisivas e concretas.

    "O ódio continua a ser alimentado, matar o outro é o objectivo." Diz o Luís. Eu pergunto: objectivo de quem?
    Nunca vislumbrei ódio nas palavras de Zelensky, enquanto que nas do invasor Putin, só se vêem ódio, despeito e mentira.

    Boa tarde.

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    1. Agradeço a sua habitual e indispensável visita.
      As minhas palavras, como sou "um homem de paz" reconhecido e expresso por si num seu comentário muito recente, não poderiam ser incisivas, não escrevo crónicas tento escrever textos poéticos.
      O ódio não se expressa só por discursos agressivos ou fácies duras e raivosas, também se manifesta com palavras serenas de incentivo ao nacionalismo e ao combate.
      Fica aqui dito e assumido por mim que - condeno esta guerra, condeno a invasão, condeno o método de resolução deste problema - mas a verdade é que estava latente um problema. O ódio que referiu atrás já existia do lado agora agredido, os que agrediram são milícias bem conhecidas.
      Este é um tema complexo impossível de debate completo neste espaço. Sugiro-lhe que veja o documentário "Ucrânia em chamas" de Oliver Stone sugerido no blog Ematejoca azul.
      Tento esclarecer-me, desde o 25 de Abril prometi a mim próprio tentar não me deixar intoxicar, é o que faço. A minha posição tenho-a deixado em comentários por vários blogs "não há bons e maus nesta guerra, são todos maus e os povos é que sofrem para defenderem os interesses da Rússia por um lado e dos EUA por outro, a Ucrânia é apenas uma pedra no caminho.

      Agradeço-lhe a oportunidade do debate que, afinal, anima este espaço.
      Um abraço.

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  6. Embora o povo e o governo alemão sejam pró-Ucrânia, ontem à noite a TV alemã, mostrou um documentário sobre a História da Ucrânia.
    Conhecer a sua história é muitíssimo importante para compreender o conflito e acalmar os ânimos.

    O filme 🎥 que o Luís me enviou não foi realizado pelo Oliver Stone, mas produzido, o filme foi realizado por Igor Lopatonok e Vanessa Dean.

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    1. Mas Oliver Stone está presente no documentário dando o crédito do seu nome, aliás o filme é bem fundamentado e esclarecedor. "Ucraine on Fire” foi proibido na Ucrânia. Esforços também foram feitos para impedir que o filme fosse exibido nos EUA desde que apareceu no circuito de festivais de cinema.

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    2. Mesmo não sendo realizado pelo o Oliver Stone o documentário é excelente •••
      A mim é-me absolutamente indiferente quem é o realizador.
      Não compreendo que tenha sido proibido na Ucrânia 🇺🇦 o documentário não é pró-Rússia.
      O documentário que vi ontem na TV alemã é idêntico e a Alemanha está do lado da Ucrânia 🇺🇦
      O ódio passeia pelas redes sociais que é tão assustador como a guerra 🕊

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    3. Foi proibido na Ucrânia porque revela toda a trama política que fez caminho até chegar à tragedia.

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  7. Contra uma realidade impensável só uma solução poética impossível.
    É brutal, mortal e destruidora a guerra.
    Beijo Luis, boa semana.


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  8. Muito se fala hoje da guerra, mas guerra é guerra, seja ela feitia por que país for. Os motivos são sempre inaceitáveis e as mortes e bombardeamentos são sempre sobre pessoas inocentes. Toda esta propaganda mediática e comercial é triste, porque, por exemplo os portugueses já se esqueceram do que fizeram em África. Todas as guerras são feitas para matar, estupidamente, pessoas !!!
    Os meios de comunicação vivem hoje, basicamente, da desgraça... o que é MUITO TRISTE !!!!

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    1. Estou de acordo, a guerra é morte, virá um tempo em que nos acharão primitivos.

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  9. Um grito certeiro e olhando para a foto digo que há sempre uma porta de saída para ambas as partes se assim o entenderem. Numa guerra não há santos e pecadores são meia dúzia de mandantes pecadores porque santos? são apenas os povos quem mais sofre e sobretudo jovens soldados que muitos são carne para canhão e a maioria quer fugir e são barrados em fronteiras e ou deixados ao Deus dará.
    Oxalá que surja uma luz ao fundo do túnel e eu tento todos os dias analisar bem e não ser uma "maria que vai com as outras" porque há quem ganhe muito com toda esta bagunça...até em termos solidários.
    Beijos e um bom dia


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    1. Estou totalmente de acordo com o comentário. Esperemos que a Paz vença na cabeça dos homens.
      Um abraço.

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